Vale avança em eletrificação e eliminação de barragens

17/02/2023
A companhia priorizou os negócios estratégicos em 2022 e conseguiu eliminar 40% das barragens a montante

 

O CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, comentou que a companhia priorizou os negócios estratégicos em 2022 e conseguiu eliminar 40% das barragens a montante, além de ter retirado a barragem B3/B4 do nível de risco mais alto. Na área siderúrgica, o executivo disse que a Vale caminha para ser o parceiro de escolha para produtos de alta qualidade, alavancando o endowment mineral único da Vale e capitalizando a tendência de descarbonização da siderurgia. “Nessa frente, anunciamos hubs para o desenvolvimento de soluções verdes no Oriente Médio e asseguramos MoUs com clientes que representam cerca de 50% das nossas emissões de escopo 3, expandindo a oferta de produtos de baixo carbono, como pelotas e briquetes de alta qualidade. Nas operações, tomamos medidas concretas para entregar nosso guidance de crescimento de longo prazo, avançando nos milestones críticos que estabelecemos para o ano”.

No Sudeste, as plantas de filtragem de rejeitos estão em ramp up, enquanto no Norte a Vale aprofundou o conhecimento do corpo mineral em S11D, além de ter comissionado, no quarto trimestre, o projeto Gelado. No negócio de Materias para a Transição Energética, as operações em Sudbury estão agora estáveis, e Onça Puma registrou a melhor produção anual dos últimos cinco anos.

A produção de cobre retomou bons desempenhos após grandes manutenções em Salobo e Sossego. Além disso, o robusto pipeline de crescimento da Vale com criação de valor progrediu com o start-up bem-sucedido de Salobo III, a aprovação do 2º forno de Onça Puma e a assinatura de parcerias na Indonésia. A mineradora redesenhou o Comitê Executivo, assegurando uma organização adequada com maior foco nas operações e no desenvolvimento de soluções sustentáveis para a revolução energética global.

Na área de projetos elétricos, a Vale fechou acordo plurianual para fornecimento de níquel de baixo carbono ao produtor sueco de células de lítio Northvolt AB assinado em março; confirmou acordo com a Tesla, além de assinar, em novembro, acordo de longo prazo para fornecimento de níquel à General Motors. Segundo o acordo, a Vale fornecerá sulfato de níquel para baterias, equivalente a 25ktpa de níquel contido, a partir de 2026. Já no negócio de minério de ferro, a mineradora assinou três acordos em outubro para o desenvolvimento de Mega Hubs, complexos industriais para fornecer soluções verdes para a siderurgia. Os memorandos assinados com a Nippon Steel Corporation, Hunan Iron & Steel Group3, SHS, dentre outros, busca soluções focadas no processo de produção do aço com emissão neutra de carbono. Em julho, a Vale anunciou o início da construção do Projeto Zhongzhai Pré-blending, uma parceria com Shagang e Ningbo Zhoushan Port. A Vale tem o compromisso de fornecer parte das cargas blendadas, com produtos de alta qualidade como BRBF, e prestar assistência técnica nas atividades de blendagem. A Vale firmou também acordo de R$ 1,6 bilhão com a Tecnored para construção de uma planta, com start-up previsto para 2025, com capacidade inicial de 250 ktpa de ferro-gusa verde e poderá chegar a 500 ktpa no futuro.

Os projetos pipeline avançaram com a aprovação do projeto Morowali (anteriormente projeto de níquel Bahodopi) deve ter início em 2025. A PTVI é proprietária de 100% da mina, enquanto o projeto RKEF é uma parceria entre a PTVI (49%) e dois parceiros chineses com capacidade de 73 ktpa.  A PTVI e Huayou assinaram um acordo vinculante para o Projeto de Níquel Pomalaa4 para a construção de um projeto de HPAL associada aos recursos de níquel de Pomalaa da PTVI. Espera-se que o projeto entre em operação em 2025 com uma capacidade de produção de até 120 ktpa. A Ford Motor Company assinou um memorando de entendimento com a PTVI e Huayou para se juntar ao projeto de níquel Pomalaa para estabelecer uma relação de três partes. ‾ PTVI e Huayou assinaram um Heads of Agreement em setembro para construir um projeto de HPAL de 60 kpta para processar minério limonítico da mina de Sorowako. ‾ Aprovação do projeto do 2º forno de Onça Puma com start-up previsto para 2025, adicionando 12-15 ktpa de níquel ao nosso portfólio. O projeto potencializa a infraestrutura existente de Onça Puma e, uma vez concluído, espera-se uma redução de 15% nos custos unitários de produção para o todo complexo de Onça Puma. 

O projeto Salobo III foi iniciado com sucesso no final de 2022 e adicionará 30-40 ktpa de produção de cobre, com previsão de atingir a capacidade total no quarto trimestre de 2024. A construção do VBME em andamento de acordo com estimativa revisada, e encerrou 2022 com 81% de avanço físico. Espera-se que o projeto atinja sua capacidade total no primeiro trimestre de 2024. Já o Sistema Norte 240 Mtpa (frente de mina/planta) e projetos Gelado foram comissionados no quarto trimestre, auxiliando no aumento gradual da produção de minério de ferro do Sistema Norte em 2023.

Em 2022, a Vale anunciou desinvestimento em nove negócios em cinco países, eliminando gastos em até US$ 2,0 bilhões por ano. Em 2022, a Vale concluiu a venda da participação de 50% na California Steel Industries; da mina de carvão de Moatize e do Corredor Logístico de Nacala; e dos ativos de minério de ferro, manganês e logística do Sistema Centro-Oeste. A mineradora também assinou acordo vinculante para a venda da Companhia Siderúrgica do Pecém - CSP para a ArcelorMittal. A conclusão está prevista para o primeiro trimestre deste ano.

A Vale também reorganizou as operações de Materiais para Transição Energética no Brasil para centralizar os ativos de cobre e níquel em duas sociedades anunciada em setembro. Com isto, a companhia pretende acelerar o atingimento dos objetivos estratégicos, apoiando o desenvolvimento e a longevidade do portfólio, além de fortalecer a segunda linha de defesa e o modelo de gestão de risco da Vale. Para reduzir as emissões de escopo 1 e 2, a Vale firmou um acordo para viabilizar o fornecimento de gás natural para a Usina de pelotização de São Luís, no Maranhão, a partir de 2024, consolidando assim o uso deste combustível em todas as suas plantas de pelotização, iniciou a operação do Sol do Cerrado, uma das maiores plantas solares da América Latina com 766 MWp de capacidade e avançou na eletrificação da frota operacional por meio de fontes renováveis, com caminhões fora de estrada movidos a bateria e a segunda locomotiva 100% elétrica.

Em 2022, a mineradora criou ainda a Vale Ventures para investir aproximadamente US$ 100 milhões em startups focadas em iniciativas de descarbonização durante o processo de mineração, mineração sem desperdícios, metais de transição energética e outras tecnologias, além de adicionar 172.000 hectares de floresta desde 2019, ou cerca de 34,4% da meta de longo prazo. O Projeto "Biomas" lançado em parceria pela Vale e outras grandes empresas para restaurar e proteger 4 milhões de hectares de florestas nativas em diferentes biomas brasileiros ao longo de 20 anos. A Vale assinou um acordo com as comunidades indígenas Xikrin do Cateté e Kayapós no estado do Pará e com as comunidades Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe, atingidas pelo colapso da barragem de Brumadinho. ·

A Vale realizou ainda Due diligence de direitos humanos em 76% de suas operações (incluindo 100% das operações no Brasil)., já reparou 58% do acordo de Reparação Integral de Brumadinho performado. Desde 2019, US$ 7,5 bilhões foram desembolsados, com mais US$ 1,6 bilhão estimado para 2023. A empresa entregou um total de 441 soluções de moradia em Mariana e eliminou 12 barragens a montante no último ano. Isto representa 40% do Programa de Descaracterização de Barragens da Vale. A barragem B3/B4 teve seu nível de emergência reduzido de 3 para 2, após bem-sucedidas melhorias de segurança, um marco importante na jornada para eliminar condições críticas de segurança em barragens até 2025. Além disso, oito estruturas receberam declaração de condição de estabilidade em 2022, com o nível de emergência retirado.

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