Moradores reclamam da falta de informações

03/06/2022
Na avaliação do defensor público Paulo César de Almeida, os impactos ambientais do empreendimento não foram devidamente mensurados.

 

Os moradores do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte (MG) dizem estar indignados e com medo frente ao projeto da Tamisa na região da Serra do Curral. Em reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada na comunidade dia 1º de junho, eles reclamaram da falta de informações sobre os impactos do empreendimento sobre suas vidas. 

O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) já aprovou a operação, mas os moradores do entorno reclamam que não tiveram oportunidade de participar de discussões sobre o empreendimento. O Aglomerado da Serra fica na mesma quota de altitude da futura cava de mineração e, por isso, os moradores podem vivenciar de perto problemas como poeira, barulho e tremores de terra. “A indignação é muito grande. Muitas pessoas não sabem o que pode acontecer”, afirmou a líder comunitária Cristiane de Jesus. Muitos moradores do Aglomerado da Serra têm medo de que se repitam tragédias como as de Mariana (Região Central) e Brumadinho (Região Metropolitana de Belo Horizonte). “Tem pessoas idosas achando que a mineração vai explodir tudo”, exemplificou.

Na avaliação do defensor público Paulo César de Almeida, os impactos ambientais do empreendimento da Tamisa não foram devidamente mensurados, uma vez que os estudos levaram em consideração somente o território de Nova Lima, onde ficará localizada a cava da mina. Para o defensor público, não foram analisadas as consequências da mineração sobre a estabilidade geológica e a segurança hídrica de Belo Horizonte. A presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputada Andréia de Jesus (PT), que solicitou a realização da audiência, reiterou os impactos ambientais da mineração na Serra do Curral, como poeira, barulho e risco de deslizamentos, e criticou a liberação do empreendimento da Tamisa. "O Governo do Estado decidiu de forma arbitrária que abriria espaço para a mineração. Os movimentos populares lutam pelo direito básico de serem ouvidos", afirmou. Andréia disse que irá cobrar da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável a realização de reuniões para prestar esclarecimentos aos moradores do Aglomerado da Serra com essa finalidade. Um requerimento com esse objetivo será votado na próxima reunião da comissão.

Direto da Fonte