CNI defende fim de subsídio a fontes de energia fóssil

08/05/2024
Objetivo é reduzir as emissões globais de carbono, restaurar a biodiversidade e minimizar a geração de resíduos

 

No primeiro dia do Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos, em Brasília (DF), realizado pelo IBRAM, ocorreu o painel ‘Rotas de descarbonização da mineração e da indústria no contexto da transição energética’, mediado por Alexandre Valadares Mello, diretor de Assuntos Associativos e Mudança do Clima do IBRAM. Dentre os participantes estava o secretário de Indústria Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rodrigo Rollemberg, que abordou a importância de promover debates sobre políticas de descarbonização em diversos setores, visando fortalecer a indústria nacional. “O Brasil tem o potencial para liderar a transição energética em direção a uma economia verde, mas, para isso, é crucial obter um entendimento mais aprofundado do potencial geológico do País. Para alcançar tais metas, sublinhou a necessidade de fortalecer as instituições e agências responsáveis pelo setor mineral, como o Serviço Geológico do Brasil (SGB), o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) e a Agência Nacional de Mineração (ANM)”.

Outra painelista foi Rafaela Aloise de Freitas, analista de Políticas e Indústria e gerente de Clima e Energia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que tratou das tendências globais relacionadas à agenda de mudanças climáticas. “Estas incluem a eliminação dos subsídios às fontes de energia fóssil, o crescente envolvimento dos bancos centrais e do setor financeiro na avaliação dos riscos climáticos, e o estabelecimento de sistemas de precificação de carbono, entre outros pontos. Rafaela destacou ainda os investimentos anunciados por diversos governos internacionais em iniciativas de descarbonização, como a China que irá investir US$ 280 bilhões, o Japão de US$ 145 bilhões, e os Estados Unidos de US$ 360 bilhões. Flávio Moraes da Mota, chefe do Departamento de Indústrias de Base e Extrativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), comentou as características do novo Fundo de Investimentos (FIP) em Minerais Estratégicos lançado este ano pelo BNDES. “A estimativa do governo brasileiro é mobilizar até R$ 1 bilhão em investimentos, sendo R$ 250 milhões em aportes do próprio banco. Os 75% restantes devem ser integralizados por investidores nacionais”, explicou. E ainda afirmou que a expectativa é que o BNDES consiga apoiar entre 15 e 20 projetos, sendo que 20% do capital do fundo necessariamente precisa ser direcionado a projeto de pesquisa e exploração, pois é onde estão as iniciativas de maior risco.

As empresas de mineração tem procurado alternativas para fontes energéticas de seus processos produtivos. Ludmila Lopes Nascimento Brasil, diretora de energia e descarbonização da Vale, afirmou que a mineradora definiu metas de redução 33% das emissões de emissões de gases de efeito estufa (GEE) para os escopos 1 e 2 e pretende zera-las até 2050. Além disso, a companhia irá atingir 100% de consumo de eletricidade a partir de fontes renováveis no Brasil até 2025 e nos demais países até 2030.

Por sua vez, Eugenio Pantoja, gerente sênior de Performance Social da Hydro, comentou as iniciativas da empresa para descarbonizar suas operações. “Nosso objetivo é reduzir as emissões globais de carbono, restaurar a biodiversidade e minimizar a geração de resíduos. Temos a meta de reduzir as emissões de carbono em 30% até 2030 e alcançar emissões líquidas zero até 2050, em toda a nossa cadeia produtiva”, disse.