Atlas Lithium anuncia investimentos de R$ 1 bilhão no Vale do Lítio
A Atlas Lithium assinou um protocolo de intenções com o governo de Minas Gerais comprometendo-se a investir cerca de R$ 1 bilhão em projetos localizados em cinco cidades do interior mineiro, devendo a maior parte dos recursos (R$ 750 milhões) ser aplicada na produção de lítio no Vale do Lítio, região do Jequitinhonha. O restante será destinado a projetos de minério de ferro e rochas ornamentais de quartzito na região central do estado. Segundo o governo mineiro, os projetos vão gerar 1,2 mil empregos na região de abrangência.
A previsão da empresa é produzir 300 mil toneladas/ano de lítio em áreas localizadas nos municípios de Itinga e Araçuaí, no Vale do Lítio, onde estão concentradas as principais reservas desse mineral no País.
A Atlas também vai ampliar a produção das lavras de quartzito para rochas ornamentais no distrito de Conselheiro Mata, em Diamantina, na região do Vale do Jequitinhonha, e em São Domingos do Prata, na região Central de Minas, operadas pela empresa Mineração Júpiter.
Outra empresa do mesmo conglomerado que receberá investimentos será a Apollo Resources, com ampliação da mina de minério de ferro em Rio Piracicaba, também na região Central de Minas. Nos dois empreendimentos, a previsão é de um investimento de R$ 250 milhões.
Segundo Marc Fogassa, CEO da Atlas Líthium, a expectativa da empresa é iniciar a produção no Vale do Lítio em maio de 2024 e para isso a empresa planeja utilizar um modelo de planta que será trazido pronto para o Brasil e montado no local onde acontecerá a produção. A empresa vai produzir e exportar concentrado de espodumênio com teor de 5,5 a 6% de Li2O. O início da produção será em escala menor e a empresa espera alcançar o volume de 300 mil t/ano gradativamente.
Conforme o consultor financeiro da Atlas Lithium, Rodrigo Menck (que anteriormente atuava na Sigma Lithium), a previsão é que o empreendimento gere uma receita anual de US$ 900 milhões quando atingir sua capacidade nominal, sem levar em conta a venda do rejeito, que poderia gerar um faturamento adicional de 10%.
Atualmente, o projeto encontra-se em fase de licenciamento. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, afirmou, ao assinar o protocolo de intenções, que os investimentos cumprirão todas as obrigações ambientais e contribuirão para mudar a realidade da região. “Nós temos plena convicção de que a região toda vai mudar - e para muito melhor. Temos exigido dessas empresas total responsabilidade ambiental e isso é um compromisso do Governo de Minas. Além disso, os investidores são alertados de que precisam ter responsabilidade social para serem bem recebidos no estado. Por isso, todas as empresas estão investindo em programas de treinamento de pessoas para dar oportunidade para quem mora naquela região. E é isso que nós queremos: valorizar o mineiro e dar qualidade de vida e oportunidade”, destacou.
O projeto da Atlas Lithium vem se somar ao da MG LIT (Lithium Ionic), que anunciou em julho de 2023 um investimento de R$ 750 milhões, também no Vale do Lítio, e aos empreendimentos da Sigma Lithium, CBL e Latin Resources, que já operam na região.