Atlas Lithium faz nova descoberta em projeto de US$ 200 milhões

20/09/2023
Os resultados até agora indicam outra zona mineralizada suficientemente próxima do superfície e, portanto, potencialmente passível de mineração a céu aberto.
Espodumênio mineralizado com cristais grandes e grossos do furo DHAB-290 em Anitta 4

 

A Atlas Lithium anunciou nova descoberta de pegmatito raso mineralizado, resultado da perfuração gradual a oeste do carro-chefe da empresa, de 2,3 quilômetros. Esta nova área de espodumênio contendo lítio foi chamada de Anitta 4 e está localizada dentro do Projeto Neves, um conjunto de quatro direitos minerais de lítio que fazem parte do Projeto de Lítio Minas Gerais, de propriedade 100% da Atlas Lithium, em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha.

Esta nova descoberta rendeu intersecções de espodumênio mineralizado visualmente identificáveis ​​com cristais grandes e grossos, consistentes com o que geralmente é considerado de alta qualidade para processamento para produzir concentrado de lítio. A exploração futura se concentrará na delimitação de recursos de Anitta 4, que está aberta ao norte, ao sul e em profundidade, já a equipe de geologia acredita que o corpo de minério representa uma tendência maior, consistente com as características geológicas regionais vistas até o momento.

Em Anitta 4, o furo DHAB-290 cruzou o espodumênio mineralizado começando em 170 metros de profundidade com um comprimento cumulativo de interseção do espodumênio de 43,65 metros. O furo DHAB-289 rendeu um total acumulado de 18,65 metros de espodumênio mineralizado começando em apenas 70 metros de profundidade. Para as interseções acima, os ensaios estão pendentes.

Marc Fogassa, CEO e Presidente da Atlas Lithium, comentou: "Estou entusiasmado que nossos esforços tenham identificado Anitta 4, uma nova zona contendo espodumênio dentro do Projeto Neves. Os resultados até agora indicam que é outra zona mineralizada suficientemente próxima do superfície e, portanto, potencialmente passível de mineração a céu aberto."

Nick Rowley, vice-presidente de desenvolvimento de negócios, acrescentou: "O anúncio de hoje é mais um passo importante na expansão dos recursos que podem ser extraídos economicamente. Nosso objetivo é nos tornarmos um produtor de concentrado de lítio de baixo custo e alta qualidade até meados de 2025".

Sobre a empresa

A Atlas Lithium foi fundada em 2011 na Califórnia e um ano depois mudou-se para Boca Raton, Flórida (EUA). Desde janeiro deste ano está listada na Nasdaq. Marc Fogassa, criador da empresa, é o principal acionista e faz uma grande aposta no mercado global de minerais críticos. Além do lítio, foco no momento, há reservas de níquel, titânio, grafita e terras raras.

Segundo ele “O custo cash de produção do nosso projeto ficará abaixo de US$ 300 a tonelada do concentrado”. O projeto da Atlas prevê produzir 300 mil toneladas por ano de concentrado de lítio grau bateria, do mineral de espodumênio extraído de mina a céu aberto.

“Creio que o projeto da Atlas será o último com mineral aflorado com extração na superfície, no Vale do Lítio, com profundidade de até 250 metros. Os demais estão previstos com lavra subterrânea. É um diferencial de custo e de desenvolvimento do projeto”

Segundo o CEO e chairman da Atlas, testes metalúrgicos realizado por empresas especializadas em geologia apontaram teor médio de lítio de 6,04% nas amostras obtidas nas perfurações. “O mercado está apto a comprar material de lítio com teor a partir de 5,5%. Tenho recebido telefonemas de montadoras de veículos buscando informações sobre o projeto”, diz.

Os investimentos no projeto, informa o executivo, ficarão acima de US$ 100 milhões na sua instalação e teria início de produção no segundo semestre de 2025. “Com outros desembolsos requeridos pelo projeto poderá atingir US$ 200 milhões”, diz.

A tecnologia da planta de concentração do espodumênio, informa, será a que é conhecida há mais de 100 anos e agora utilizada no processo de beneficiamento de lítio – DMS (tratamento pré-químico do minério por Separação de Meio Denso). O concentrado de espodumênio, obtido de rocha dura, é considerado o melhor insumo para fabricação do Hidróxido de Lítio, insumo utilizado nas fábricas de baterias.

O porto de exportação a ser usado pela Atlas será definido no estudo entre os portos de Ilhéus (BA) e Vitória (ES), tendendo mais para o segundo. A vizinha Sigma Lithium iniciou em julho seus embarques pelo porto capixaba.

De Assis, interior de São Paulo, Marc Fogassa estudou em São Paulo e foi fazer engenharia no Instituto de Engenharia Aeronáutica (ITA). Ficou pouco tempo lá e migrou em 1985, aos 18 anos, para a universidade americana MIT. Estudou também em Harvard, onde se formou em medicina, mas buscando atuar em capital de risco na área de biotecnologia. (com informações do Valor Econômico)

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