Hydro investe R$ 1,6 bilhão em projetos de descarbonização no Pará
Visando alcançar suas metas globais de descarbonização -- redução de 10% das emissões de carbono em todas as operações no mundo até 2025 e de 25% até 2030 -- a Hydro está investindo R$ 1,6 bilhão em projetos para descarbonização de suas operações de produção de alumina e extração de bauxita no estado do Pará.
De acordo com Carlos Neves, VP de Operações, nas áreas de bauxita e alumina a empresa fez um road-map para descarbonização até 2050, sendo que a primeira etapa visa reduzir as emissões em 16%, a fim de contribuir para que o grupo atinja a meta global de 10% de redução até 2025. Para isso, foram desenvolvidos alguns projetos na rota de descarbonização, com destaque para a planta de alumina, localizada em Barcarena (PA).
Ele acrescenta que, embora a Hydro esteja bem-posicionada na indústria do alumínio, em termos de emissões de carbono, emitindo apenas 0,65 t de carbono por tonelada de alumina produzida, contra uma média da indústria de 1,3 t de CO2 por tonelada, sua matriz energética não é a mais limpa, porque ainda utiliza óleo combustível BPF e carvão. Assim, a primeira etapa da descarbonização envolve a eliminação do BPF nos equipamentos da operação de alumina que usam o combustível, ou seja, 7 calcinadores e 6 caldeiras.
Para permitir a substituição do óleo pesado nos calcinadores e caldeiras, a Hydro promoveu a vinda do gás natural para Barcarena – o que trará benefícios para outras empresas e para a população – e todos os equipamentos que operam com BPF vão ser convertidos para gás natural. Isto, conforme Carlos Neves, vai possibilitar uma redução importante da pegada de carbono, já que serão reduzidas 700 mil toneladas de CO2, além de 70% de Nox e 40% de SOx.
Para substituir o carvão, que é a matriz de produção de vapor, a empresa desenvolveu uma caldeira elétrica e instalou um projeto piloto, a fim de testar o desempenho do equipamento no processo produtivo. “A caldeira funcionou muitíssimo bem, então estamos implementando mais duas. Portanto, teremos um total de três caldeiras elétricas, que proporcionam uma redução adicional de 500 mil toneladas de CO2”, diz o executivo.
Neves acrescenta que, quando os dois projetos estiverem concluídos, o que deve ocorrer até o final de 2024, a Hydro deixará de emitir 1,2 milhão t de carbono na operação de alumina. No momento, duas caldeiras e um calcinador já foram convertidos para gás natural e, das três caldeiras elétricas, uma já está instalada e outras duas estão em processo de instalação.
Paralelamente a esses projetos, a Hydro desenvolveu, juntamente o com seu braço de energia, a Hydro Rein, e as empresas Equinor e Scatec, projetos de energia renovável para suprir as caldeiras elétricas. O primeiro projeto desenvolvido foi inaugurado no dia 9 de abril, em Açu, Rio Grande do Norte. Trata-se do projeto Mendubim, de energia solar, com capacidade de 531 MW, no qual a Hydro Alunorte tem participação de 10% e as outras empresas 30% cada um. A Hydro poderá utilizar até 60% da energia produzida pelo complexo, por um período de 20 anos, a um preço pré-estabelecido em dólar. Outro projeto que está em desenvolvimento é o Ventos de São Zacarias, na Chapada do Araripe, entre os estados de Pernambuco e Piauí, que também vai produzir energia elétrica renovável para alimentar a Alunorte. Os dois projetos permitem uma redução muito importante da pegada de carbono da Hydro Alunorte.
Na mina, onde tem uma pegada menor, a Hydro está adotando iniciativas como a utilização de caminhões elétricos em substituição aos convencionais. Atualmente há três caminhões em teste e a ideia agora é partir para a substituição de 100% da frota por caminhões elétricos à medida que a vida útil dos equipamentos for vencendo. Os veículos menores que trafegam na mina também serão todos convertidos para eletricidade.
“Com isso, vamos para a ponta como indústria de menor emissão de carbono e a produção do alumínio verde já começa a ser uma realidade concreta. A próxima etapa vai ser entre 2030 e 2050, quando vamos zerar todo o residual de emissões em nossas operações. Com a redução de 33% já em 2024, 70% em 2030 e o remanescente vai até 2050, quando dependemos de novas tecnologias” conclui Carlos Neves.