USP e IBRAM firmam acordo para combater ouro ilegal

18/05/2023
O principal objeto do acordo foi a Plataforma de Compra Responsável de Ouro (PCRO), desenvolvida pelo NAP.Mineração

 

A vice-reitora da Universidade de São Paulo (USP), Maria Arminda do Nascimento Arruda, e o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, assinaram acordo de cooperação, em 18 de maio, na USP, para reforçar o combate à extração e comércio ilegal de ouro no Brasil. As instituições buscam unir esforços para ampliar os recursos tecnológicos, pesquisas e demais estudos voltados a apoiar o combate à comercialização de ouro proveniente do garimpo ilegal.

Após a assinatura do acordo, Jungmann comentou que 91,6% do garimpo ilegal está na Amazônia, o que é trágico para os povos indígenas. Segundo ele, atualmente o Brasil produz 104 toneladas de ouro por ano, das quais metade é de origem ilegal, “de sangue”.

Já a Vice-reitora Maria Arminda disse que o acordo se insere no momento que vive a USP, pois tem um papel civilizatório. “Com a ilegalidade da mineração temos o pior que podemos imaginar, já que o garimpo ilegal é nocivo ao meio ambiente e aos povos indígenas. E não existe sociedade civilizada sem enfrentar essas questões”. A vice-reitora disse ainda que o acordo é um compromisso inexcedível e mostra a necessidade da USP voltar a ser protagonista com a recuperação da ciência para um desenvolvimento sustentável, após um Governo anterior negacionista.

O principal objeto do acordo foi a Plataforma de Compra Responsável de Ouro (PCRO), desenvolvida pelo NAP.Mineração (Núcleo de Pesquisa para a Mineração Responsável da USP) para identificar se o ouro comercializado provém de fontes legalizadas ou não. A ferramenta contou com a parceria do WWF Brasil e do Instituto Igarapé. A plataforma da USP permite separar o ouro legal do ilegal e coloca na mão do comprador a possibilidade de adquirir ou não o produto.

Para o coordenador do NAP.Mineração, professor Giorgio De Tomi, o acordo entre a USP e o IBRAM representa um momento de mudança na mineração brasileira, já que configura a colaboração entre o Instituto, que agrega os principais atores do setor mineral brasileiro e a USP, que ao longo das décadas tem aportado conhecimento, tecnologias, soluções socioambientais para a mineração nacional, a fim de atender às demandas da sociedade de transição energética e controle das mudanças climáticas. “Uma das prioridades desse convênio é o apoio ao extensionismo na pequena mineração, que é um setor meio esquecido. A parceria com o IBRAM vai ajudar muito nos trabalhos que são feitos dentro da USP”, disse De Tomi.

Para saber como funciona a Plataforma de Compra Responsável de Ouro (PCRO), acesse https://www.brasilmineral.com.br/noticias/pcro-uma-plataforma-de-fomento-para-a-cadeia-de-valor-de-ouro-responsavel