Selo para rastreabilidade de ouro da Serabi
A North Star emitiu recentemente o primeiro Selo Amarelo para certificação e rastreabilidade do ouro produzido pela Serabi Gold, mineradora com operações no Tapajós (PA), listada na bolsa de Londres e Toronto. A medida faz parte de um memorando de entendimento assinado, em 2021, entre a North Star, Governo do Pará e mineradoras de ouro com operação no estado para garantir uma produção responsável e padrões internacionais de produção, refino e comercialização do ouro. “O grande desafio do País é garantir padrões ESG em toda a cadeia do ouro, que hoje sofre com a desconfiança internacional, causada pelas atividades ilícitas. Para isto, criamos o Selo Amarelo, que consiste na certificação e rastreabilidade da origem do ouro que chega a nossa refinaria por meio de tecnologia blockchain, que é um sistema compartilhado e imutável que facilita o processo de registro de transações e rastreamento do metal,” explica Maurício Gaioti, CEO da North Star.
O executivo acredita que a tecnologia blockchain, aliada aos padrões de governança e compliance, junto às mineradoras parceiras da Nort Star, contribui para uma produção responsável, verticalizada, transparente e certificada com padrões internacionais, o que pode ajudar a melhorar a imagem do ouro produzido no Brasil no exterior. A Omex integra a holding que lidera a North Star e utiliza, desde junho de 2022, a tecnologia blockchain em suas operações de exportação de ouro. “Blockchain já é uma realidade em nossas operações de comércio internacional. Somos pioneiros no uso dessa tecnologia para o trade e agora estamos trazendo esse conceito de rastreabilidade, juntamente com a certificação para as operações da North Star visando justamente dar mais transparência ao processo”, explica Gaioti.
A North Star iniciou a operação de refino na unidade de Belém em dezembro do último ano, que está em fase de testes e, a partir de janeiro de 2023, começa a expandir a produção à medida que for certificando as mineradoras. A unidade industrial terá capacidade inicial de 24 toneladas por ano, o equivalente a 25% da produção de ouro nacional. A meta é aumentar gradativamente a participação no mercado de refino até chegar ao beneficiamento de 48 toneladas do metal ao ano, cerca de 50% da produção de ouro do país.
Jacqueline Scotton, gerente de exportação da Serabi, diz que a mineradora é a primeira de ouro a adotar a certificação e rastreabilidade em sua produção. “Nós temos 22 anos de atuação no Pará, em uma região a qual temos orgulho de estar inseridos e esta certificação mostra a nossa constante preocupação com uma mineração responsável que gera riqueza para a região do Tapajós”, avalia.
Para certificar as mineradoras, a North Star contratou a Minery, uma startup brasileira, que desenvolveu o Certimine, uma certificação em blockchain, que avalia condições operacionais, humanas, ambientais, de segurança e de integridade. “O certificado tem como parâmetro normas do Brasil e também internacionais, como os princípios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Avaliamos mais de 70 parâmetros, entre eles a presença de trabalho infantil ou análogo a escravidão, utilização de EPIs, grau de impacto ambiental, relacionamento com as comunidades no entorno do empreendimento”, explica Eduardo Gama, CEO da Minery.
O executivo da Minery informa que a Serabi é a primeira mineradora de ouro com operação subterrânea certificada pela Startup. Técnicos na Minery visitaram por uma semana a região de Itaituba (PA), onde estão localizadas as operações da Serabi, vistoriando as minas Palito, São Chico e Coringa e coletando dados e informações que a partir de agora estarão inseridas no passaporte digital. “Fizemos toda checagem das minas da Serabi, avaliando as condições operacionais, manejo ambiental, normas de segurança, relacionamento com comunidades, capacitação e contratação de mão de obra local e padrões ESG”, diz Gama.