Governo firma convênios e lança plano para o setor

09/02/2022
Acordo com o BNDES tem como objetivo a produção de estudos voltados a políticas adequadas de financiamento e aos aspectos ambientais, sociais e de governança.

 

Durante a abertura da Semana da Mineração, que se iniciou no dia 8 e vai até o dia 10 de fevereiro, o Ministério de Minas e Energia (MME) assinou acordos de cooperação para o desenvolvimento do setor mineral com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (SGB-CPRM) e Agência Nacional de Mineração (ANM). Na ocasião também foi lançado o Plano Nacional de Mineração 2050.  

Denominado “Capital Sustentável da Mineração”, o acordo com o BNDES tem como objetivo a produção de estudos voltados a políticas adequadas de financiamento e, também, aos aspectos ambientais, sociais e de governança (ASG), além de atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), que estão inseridos no Programa Mineração e Desenvolvimento - Plano de metas e ações 2020-2023, instituído pela Portaria nº 354, de 28 de setembro de 2020. O acordo tem duração de 24 meses. No âmbito da parceria, foi idealizada a Rede Colaborativa de Financiamento da Mineração – Invest Mining, formada pelo IBRAM, ABPM, ADIMB e BCCC).

A cooperação com o BNDES e com o mercado privado por meio da Rede de Financiamento poderá catalisar, segundo o governo, a realização de acordos para financiamento e elevação dos investimentos em mineração no Brasil. Outro fruto dessa parceria foi o apoio da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM) quanto à definição de focos prioritários para apoio ao desenvolvimento tecnológico por meio do BNDES Fundo Tecnológico.

Na ocasião, a secretária-executiva do MME, Marisete Pereira, disse que “o crescimento da produção, o recorde de arrecadação e geração de empregos são os resultados do trabalho e desenvolvimento sustentável da mineração brasileira. Em 2021, a produção de bens minerais alcançou R$ 339 bilhões, crescimento de 62% e uma ótima contribuição para o PIB brasileiro, que deve registrar a expansão de cerca de 5%. A mineração tem feito a diferença”. 

Já o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou que “o impacto social que o setor de mineração pode ter fora dos grandes centros urbanos é incomensurável. Manter pessoas no campo com qualidade de vida é uma função que poucos setores têm potencial que a mineração tem para diminuir a desigualdade social”. 

A execução do “Capital Sustentável da Mineração” não acarretará em transferência de recursos financeiros entre as partes, pois os órgãos envolvidos serão responsáveis por arcar com as despesas administrativas referentes às atividades a serem previstas no plano de trabalho, dentro de suas respectivas atribuições e cobertas pelas dotações dos seus respectivos orçamentos. 

Acordo MME, CPRM e ANM

Já o Acordo de Cooperação técnica realizado entre MME, CPRM e ANM foi firmado com objetivo de promover maior integração para o desempenho das atividades institucionais. Além disso, pretende promover políticas públicas dirigidas ao setor mineral para geração e difusão de conhecimento geocientífico, geoeconômico e econômico-mineral, visando a integração de informações para subsidiar o desempenho das atividades e atribuições de cada umas das instituições envolvidas. As informações servirão de base para construção do Observatório Nacional da Mineração. O acordo tem vigência até 31 de dezembro de 2025, podendo ser prorrogado.

De acordo com o diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), Esteves Colnago, “o Serviço Geológico do Brasil participa desta Semana da Mineração convicto da importância do setor mineral para o País. Um setor que fatura R$ 339 bilhões ao ano e pretende investir mais US$ 41,3 bilhões até 2025.  Um setor em que a arrecadação por meio da CFEM cresce no mínimo 30% ao ano desde 2018. Portanto, um setor consistente e consolidado”.

“Os resultados do ano passado da ANM, apesar das adversidades vividas a nível mundial, marcaram a pujança do setor em larga escala, gerando novas oportunidades e estimulando esforços conjuntos dos entes governamentais expressos nas parcerias constantes entre a ANM, o MME, a SGM e o CPRM”, afirmou o diretor-geral da ANM, Victor Hugo Bicca.

Plano Nacional de Mineração

Durante o evento, o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Pedro Paulo Mesquita, apresentou o projeto de construção do Plano Nacional de Mineração 2050. O projeto, segundo o secretário, “é o principal instrumento de planejamento de longo prazo do setor mineral brasileiro e tem o objetivo de nortear as políticas que irão contribuir para o desenvolvimento sustentável do segmento no País, em suas diversas dimensões. A última versão, o PNM 2030, foi publicada em 2011, com horizonte até 2030 e previsão de atualização após 10 anos. O instrumento estabelecerá diretrizes e objetivos de longo prazo para o setor mineral brasileiro, orientando tendências e assinalando opções de expansão desse segmento, no horizonte 2022-2050”.

O secretário reforçou a importância da participação de todos na construção do Plano Nacional de Mineração 2050: “É uma honra participar desse projeto de construção participativa. Convido a todos para participarem conosco, com suas visões e críticas, a fim de que tenhamos um Plano Nacional capaz de bem orientar o desenvolvimento sustentável de todo o potencial do setor mineral brasileiro e entregar à sociedade mais empregos, mais renda e mais qualidade de vida”.