Largo investirá R$ 2 bilhões em projeto de titânio na Bahia

13/12/2022
Empresa vai produzir pigmento de titânio no pólo petroquímico de Camaçari (BA), a partir da ilmenita contida nos rejeitos da produção de vanádio.

 

Em meados de 2023, a Largo Inc. planeja colocar em operação uma planta de beneficiamento de ilmenita (minério de titânio) que está sendo construída em Maracás (BA), passando a incorporar ao seu portfólio o titânio, além do vanádio, do qual a empresa é o único produtor nas Américas.

A produção de ilmenita será feita a partir do minério que está contido nos rejeitos da produção de vanádio. Mas a empresa não pretende ficar somente na produção da ilmenita. Sua ideia é partir, na sequência, para a produção de pigmento de titânio, como forma de agregar valor ao minério, segundo o CEO da Largo, Paulo Misk. Para isso, a empresa vai montar uma planta de pigmento no pólo petroquímico de Camaçari (BA). A decisão por Camaçari deve-se ao fato de que os efluentes da planta serão utilizados para produção de fertilizantes (sulfato de amônia) e a planta estará localizada ao lado de uma fábrica de amônia. Outra pequena parte dos rejeitos da planta vai ser aproveitada para produzir sulfato de ferro, usado em tratamento de água. A Largo possui uma planta piloto de pigmento de titânio rodando nas instalações do Cimatec, em Camaçari. O projeto tem como objetivo produzir 120 mil toneladas de pigmento de titânio, o que corresponde a dois terços do consumo brasileiro. Apesar do projeto estar baseado na economia circular, o aproveitamento de rejeitos, vai ter a mesma importância para a empresa que o de vanádio, em termos de faturamento e margem e envolve a aplicação de R$ 2 bilhões, ao longo de 10 anos.  

Além desse projeto, faz parte do plano estratégico a ampliação da produção de vanádio, embora não agora. A ampliação deve ocorrer ao longo de nove anos e a capacidade da planta será aumentada em 25%, indo de 12 mil para 16 mil toneladas por ano. Para este projeto, estão previstos investimentos de mais R$ 1 bilhão. Para suportar as expansões e todo o plano estratégico, a empresa fez uma reavaliação das reservas geológicas, estendendo a vida útil até 2040.