Migração do mercado global para o regional

24/08/2022
Segundo André B. Gerdau Johannpeter, há uma migração de um mundo antes globalizado para uma regionalização, onde muitas indústrias precisam lidar com o custo da produtividade.

 

O primeiro painel do Congresso Aço Brasil 2022 teve como tema A Nova Ordem Econômica Mundial: Impactos nas Cadeias Globais”, com moderação de André B. Gerdau Johannpeter, Conselheiro do Instituto Aço Brasil e Vice-Presidente Executivo do Conselho de Administração da Gerdau, e participação de Edwin Basson, Diretor Geral do World Steel Association; Stephen Dover, Estrategista Chefe de Mercado e Head do Franklin Templeton Investment Institute; como Keynote Speaker, Márcio de Lima Leite, Presidente da Anfavea; e Erik Hedborg, Analista da CRU (matérias-primas e insumos).

Para dar início ao painel, Johannpeter contextualizou dizendo que há uma migração de um mundo antes globalizado para uma regionalização, onde muitas indústrias precisam lidar com o custo da produtividade. “Com os anos, nós passamos de um mundo onde sobrava tudo, para um com limitações, como a segurança alimentar, segurança energética e segurança tecnológica. O Brasil tem tudo isso. O grande desafio é a redução dos custos”.

Edwin Basson, Diretor Geral do worldsteel, comentou sobre a mudança da globalização para regionalização, sendo o aço o responsável pelo elo entre as economias de todo o mundo. “Cerca de um terço do que é produzido em um país é exportado para outro. Temos que garantir que essa força de regionalização não se rompa. “É o aço como impulsionador da atividade econômica”, explicando que o caminho passa pela capacitação de colaboradores e desenvolvimento de novos sistemas. Já Stephen Dover, Estrategista Chefe de Mercado e Head do Franklin Templeton Investment Institute, abordou os desafios demográficos e as questões macroeconômicas quando são analisadas as preocupações dos governantes dos países para os próximos dez anos. “As políticas voltadas aos idosos ou filho único, a onda tecnológica e como a tecnologia é usada para aumentar a produtividade são os pontos que nos darão mais respostas. As dívidas também são preocupantes, principalmente em época de COVID, quando boa parte dos governos aumentaram impostos. No caso do Brasil, muito tem sido feito, no sentido de aumento de eficiência, e é isso que muitos países precisam fazer”. 

Pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite reforçou a nona posição do Brasil como produtor e comentou: “A competitividade dos nossos produtos tem melhorado significativamente nos últimos anos. Contudo, no Brasil, apenas a classe mais alta tem acesso a veículos novos. A população de forma geral opta por veículos com mais de 10 anos de uso, e isso significa um problema grave em termos de emissão de carbono”. Erik Hedborg, Analista da CRU (matérias-primas e insumos), concluiu que as expectativas do passado sobre a indústria siderúrgica tiveram de ser profundamente revistas para o momento atual, pelos impactos da pandemia e conflito RússiaxUcrânia. “Estamos em tempos de recuperação. Espero que as cadeias globais se estabilizem”.