CEOs preveem um bom ano para o setor

26/08/2022
Apesar das incertezas levantadas pelo custo de energia, o Brasil tem se destacado em relação a outros países.

 

“O setor está capacitado a atender qualquer demanda, seja em qualidade ou quantidade e, nesse bloco, entra o entendimento de que 2022 será um bom ano para o aço brasileiro. O PIB e consumo de aço andam juntos, ou seja, o desenvolvimento sustentável do País depende de uma reforma tributária ampla que acabe com a cumulatividade dos impostos, desonere as exportações e estabeleça equilíbrio na carga tributária intersetorial”, disse Marco Pólo de Melo, presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, em painel que reuniu CEOs de empresas do setor. 

Os CEOs abordaram o perfil da indústria brasileira do aço, a evolução das vendas internas, tendência de indicadores econômicos como PIB e taxa de juros, investimentos, competitividade, Custo Brasil, guerra de mercado, comércio internacional e impactos causados pela guerra entre Rússia e Ucrânia. 

Jefferson De Paula, da ArcelorMittal, disse que, apesar das incertezas levantadas pelo custo de energia, o Brasil tem se destacado em relação a outros países. “Em 2022, nós projetamos uma redução do consumo com relação ao ano passado. Mas, isso se dá pelo fato de 2021 ter sido extraordinário. Mesmo diante deste contexto, nós da Aço Brasil e da ArcelorMittal acreditamos que vamos ter, sim, um ano muito bom”, disse. 

Para Gustavo Werneck, da Gerdau, é importante debater os próximos seis meses a partir de ideias que avancem o tempo. Diante disso, a Gerdau tem uma projeção muito positiva para os próximos anos. 

Pela Usiminas, Sergio Leite disse que apesar da possível redução do consumo do aço em função da metodologia de cálculo, 2022 será um dos melhores três ou quatro anos dos últimos dez anos. “Nós temos que atuar no sentido de abastecer nosso país, com produtos competitivos, e aumentar nossas exportações, no momento em que o país vai avançando em suas reformas”. Marcelo Botelho afirmou que acredita que políticas públicas possam ajudar muito nesse processo, por meio de projetos de infraestrutura, renovação de frota e outras iniciativas, que são demandas para as quais a indústria do aço está preparada, para cumprir esse objetivo de tornar o Brasil uma potência. 

Os participantes do painel destacaram ainda a importância do incentivo e implementação de medidas que ampliem o consumo de aço por habitante no Brasil. Segundo o comparativo de 1980 a 2021, apresentado no painel, o Brasil passou de 100,6 a 122,3 kg/habitantes. Já a China, no mesmo período, teve um crescimento de 32 para 666,5 kg/habitantes, mostrando um avanço exponencialmente maior ao nosso país.