Extração ilegal em territórios cresceu quase 45% no trimestre

18/10/2024
A extração mineral ilegal causou o desmatamento de 505 hectares nas terras Kayapó, Yanomami, Munduruku e Sararé.

 

O Greenpeace Brasil identificou novos locais de extração mineral ilegal nas terras indígenas Kayapó e Yanomami, que já estão entre as mais afetadas pela atividade. Os locais ficam distantes de outros pontos de mineração mais antigos e consolidados. Em nota enviada com exclusividade à Agência Brasil, a organização informou que, de julho a setembro de 2024, a extração mineral ilegal causou o desmatamento de 505 hectares nas terras Kayapó, Yanomami, Munduruku e Sararé.

O perímetro destruído — o tamanho de 707 campos de futebol — foi medido por meio de imagens dos satélites Planet Lab e Sentinel-2. Observando as mudanças nas três primeiras terras indígenas, a área desmatada no terceiro trimestre foi 44,48% maior que no mesmo período de 2023. A terra Kayapó foi a que mais perdeu floresta, com expansão de 35% na área desmatada no período pesquisado. Ao todo, foram 315 novos hectares desmatados.

Segundo o Greenpeace, o território indígena Kayapó atingiu outros três recordes no trimestre: a maior concentração de áreas de mineração (15.982 hectares), o maior número de novas áreas desmatadas para atividades de mineração e a maior concentração de incêndios florestais em 2024. Em relação à terra indígena Yanomami, a área de extração mineral ilegal totaliza 4.123 hectares, dos quais 50 hectares são mais recentes, registrados no trimestre avaliado. Nesse caso, o aumento (32%) foi um pouco menor que o dos Kayapó. “Imagens de satélite também revelam que houve uma expansão da nova fronteira de mineração no sul do território Yanomami, que o Greenpeace informou no início de 2024. Novas fronteiras também foram identificadas no Parque Nacional do Pico da Neblina, no sul da região”, afirmou o Greenpeace.

A organização também constatou um aumento de 34,7% na área devastada pela extração mineral ilegal em solo Munduruku. O total foi de 32,51 hectares no último trimestre. O território também teve três por cento de sua área afetada por incêndios e seca, o que agravou as crises de alimentos e água. No território indígena Sararé, o desmatamento por garimpeiros cobriu uma área de 106,98 hectares em agosto e setembro deste ano. A área total de mineral ilegal é de 1.863,78 hectares, segundo o Greenpeace, o que evidencia a escalada da violência no território.

(Agência Brasil)

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