DCL Minerais assina pré-contrato com a Transnordestina

03/12/2024
O volume a ser transportado pela ferrovia é de cerca de 150 mil toneladas por mês e deve ter início com a operação da mesma, previsto para 2027

 

A DCL Minerais e Transnordestina Logística assinaram pré-contrato, no final de setembro, para transportar lítio a partir do município de Quixadá até o porto de Pecém, para abastecer os mercados da China, Alemanha, Canadá, Arábia Saudita e Índia. O volume a ser transportado pela ferrovia é de cerca de 150 mil toneladas por mês e deve ter início com a operação da mesma, previsto para 2027. O lítio é essencial para a produção de baterias como as utilizadas em smartphones, computadores e veículos elétricos, além de possuir aplicações na indústria aeroespacial e farmacêutica. "Nós vamos fornecer o lítio a granel e em bags (sacolões de mil quilos). O galpão está com orçamento feito, no início de dezembro será feita uma sondagem da área e, em janeiro, começamos a limpeza do local", explica Daniel Correa, proprietário da DCL. O espaço receberá investimento de cerca de R$ 25 milhões.

O galpão de britagem e estoque terá uma área onde será feito o processo de flotação da ambligonita, espodumênio e lepidolita para obtenção do lítio. Segundo Correa, o projeto contará ainda com uma estrada que ligará o local a um terminal de cargas do qual a DCL é detentora em parceria com a Transnordestina. O espaço terá área de 350 mil m². "A construção levará de três a cinco meses e serão empregadas diretamente 50 pessoas, além da geração de 150 empregos indiretos", explica o proprietário da DCL. Quando estiver funcionando, serão entre 80 e 100 trabalhadores atuando no local. 

Atualmente, a DCL possui aval para comercializar lítio e está em tramitação na Agência Nacional de Mineração (ANM) a autorização para as 150 mil toneladas/mês. "Nós vamos tirar a Guia de Utilização junto à Agência de 10 áreas". A Guia de Utilização emitida pela ANM se trata de uma licença para comercialização do bem mineral. A empresa já produz cerca de 1.500 toneladas e, em janeiro, deve fazer o primeiro embarque saindo do Pecém, de acordo com Daniel, para Hong Kong. O transporte até o porto será feito por carretas. "Nós temos nove contratos com multinacionais". O proprietário da DCL diz que será possível produzir as 150 mil toneladas antes mesmo da Transnordestina começar a operar. “Assim, até a ferrovia ficar pronta, a produção também chegará ao Pecém por meio das rodovias. Serão 111 viagens/dia com as carretas", afirma Daniel.

Tomás Figueiredo, advogado especialista em mineração e ex-diretor da ANM, diz que no Ceará existem diversas empresas com a possibilidade de produzir lítio, mas em pequenas quantidades. “Algumas delas estão realizando estudos de prospecção, com o objetivo de definir sua reserva e só então organizar para a produção. É difícil precisar o potencial cearense, pois é necessário um aprofundamento dos estudos geológicos e um melhoramento da escala nos mapas geológicos existentes. “Pela pujança do que vem sendo desenvolvido no norte de Minas Gerais, é possível ter ideia do potencial que temos no Ceará”. Atualmente, Minas Gerais possui a mais “conhecida e desenvolvida” extração e produção de lítio no País. A mineira DCL Minerais tem áreas de extração em Minas Gerais, Pará e Bahia. No Ceará, de acordo com Daniel Correa, são 52 áreas, das quais em dez a DCL busca a obtenção da Guia de Utilização. “Na semana passada compramos 27 áreas, estamos ajustando os contratos. Todas elas ficam em um raio de até 100 km de distância de Quixadá”. (Com informações do Diário do Nordeste