"Como tirar o X da questão?"

29/09/2023
Por Rodrigo Gabai e Mara Fornari

A relação das minerações com as comunidades circunvizinhas vem se tornando cada vez mais um fator decisivo para a própria atividade mineral, assunto que há oito anos vem sendo discutido de maneira mais intensa nas páginas da revista Brasil Mineral através do seminário “Mineração &/X Comunidades”, que desde o início conta com a coordenação técnica de conteúdo de Rolf Georg Fuchs, presidente da Integratio e também Conselheiro da publicação. Com a temática central “O que fazer para tirar o ‘x’ da questão?”, a 8ª edição foi realizada nos dias 14 e 15 de junho, na sede do Sindiextra/FIEMG, na cidade de Belo Horizonte/MG. Foram patrocinadoras na categoria Ouro as empresas Appian Capital, Bamin, CBA, Geosol, Kinross, Ero Brasil, Voconiq e Vale; na categoria Prata as companhias Anglo American, Equinox Gold, AMG Brasil, Hochschild, Largo, Metso, Bemisa; e na categoria Cobre a Aura Minerals, Potássio do Brasil e Nexa.

Rolf Fuchs lembrou que a ideia rapidamente “ganhou corpo” e que o evento, pensado para acontecer a cada dois anos, se tornou anual, com conteúdo de importância ímpar. O número de inscrições presenciais e virtuais foi recorde em 2023 e despertou o interesse de participantes do Chile, Peru, Honduras e Estados Unidos. Quanto ao tema Central, Rolf explicou o desejo de encontrar caminhos para uma convivência mais harmônica entre mineração e comunidades no tema central, um caminho que considera ainda muito longo com base na sua experiência profissional – “existem ainda muitas situações controversas e de conflito que precisam ser trabalhadas para uma nova história na mineração”.

A saudação inicial foi feita pelos anfitriões da casa, Flávio Roscoe, Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) e por José Fernando Coura, Presidente do Conselho do Sindiextra (Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais) e Vice-presidente da FIEMG. Coura reforçou a importância do diálogo para a solução de conflitos e ressaltou que a mineração é o ‘marco zero’ para todos os demais setores da economia brasileira, especialmente para o agronegócio, dentro do trinômio da “Sustentabilidade Ambiental, Função Social e Competitividade”.

Flávio Roscoe se referiu ao papel fundamental da mineração na vida de todos e que a atividade deve cumprir com as suas responsabilidades, pois “demonizar a mineração é demonizar a vida” e que quando algum setor passa por um problema, é preciso corrigir a rota daquele segmento: “tudo o que tocamos é bem mineral e para acabar com a demonização, o setor mineral deve estar aberto ao diálogo, a entender os problemas da comunidade em que atua, papel que a FIEMG defende de maneira contundente: o equilíbrio entre as ações. Mas há uma distorção entre o que é feito pela atividade de mineração e a imagem que o setor tem, o que precisa ser corrigido”. Flávio informou que 23% da Região Metropolitana de Belo Horizonte “está preservada pela mineração”, percentual que sobe para 67% em Nova Lima, por conta da atividade mineral, “ainda assim, a mineração é vilã do meio ambiente. Há um equívoco na percepção. É claro que a mineração tem seus problemas e precisa atuar para corrigi-los”, prosseguiu ele, acrescentando que, fora da Amazônia, Minas Gerais é o estado com maior preservação do seu território (33%). E encerrou afirmando que comunidade e mineração/indústria precisam andar juntas, “em prol de todos”.

Veja a matéria completa na edição 433 de Brasil Mineral