Dirigente defende ajuda coordenada do setor mineral
O setor mineral deveria fazer uma campanha coordenada de apoio à população do Rio Grande do Sul. Uma maneira de viabilizar isto seria através das várias entidades que congregam a cadeia produtiva da mineração (como IBRAM, COMIN da CNI, Anepac, Instituto Aço Brasil, Abal, Abimaq e outras), que poderiam atuar diretamente junto aos seus associados para incentivar a doação de recursos financeiros e outros bens que possam ajudar a amenizar o sofrimento das populações atingidas e a reconstrução da infraestrutura. A proposta é que a contribuição do setor mineral seja canalizada através da Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), que depois prestaria contas sobre qual foi a participação de cada setor.
É o que defende Paulo Serpa, Country Manager da Lavras Gold, empresa que está com projeto de pesquisa mineral de ouro no município de Lavras do Sul e que desenvolve um trabalho muito consistente junto à população da área de influência do seu projeto, em pleno pampa gaúcho.
Embora Lavras do Sul esteja distante da região mais afetada pelas inundações, o município está sofrendo as consequências da catástrofe climática, já que ficou durante uma semana sem energia elétrica, internet e telefone e ilhado, já que a ponte que dá acesso à cidade foi coberta pela água de um arroio. Portanto, o apelo feito pelo dirigente leva em conta mais a situação de Porto Alegre e outras cidades inundadas pelas águas dos rios Guaíba e Jacuí, onde o quadro é catastrófico.
Paulo Serpa argumenta que, embora toda ajuda neste momento seja benvinda, ela será muito mais efetiva se for feita de forma coordenada, preferencialmente por entidades legitimadas. E o setor mineral, apesar de não ter muita expressão no Rio Grande do Sul – já que a produção mineral se concentra no carvão e nos agregados – deve mostrar aos gaúchos que está solidário com eles na atual situação.
Para o executivo, o setor mineral deve relevar as dificuldades que tem enfrentado no estado do Rio Grande do Sul para o licenciamento dos seus projetos. A Nexa Resources abandonou um projeto que visava a produção de cobre e zinco em Camaquã, a Mineração Rio Grande está há nove anos tentando licenciar um projeto para produção de titânio, a Águia Fertilizantes luta para viabilizar um projeto de produção de fosfato, a mineração de carvão também tem muita resistência e a extração de areia no Guaíba foi proibida e agora está sendo discutida sua possível continuidade.