No Ibram, mulheres são mais de 50%

10/03/2022
Segundo a WIMBrasil, apenas 15% da força de trabalho na indústria de mineração é feminina, um aumento de 2% quando comparado ao ano anterior.

 

Segundo o 1º Relatório de Progresso do Plano de Ação de Avanço das Mulheres na Indústria de Mineração, realizado pelo movimento Women In Mining Brasil (WIMBrasil), apenas 15% da força de trabalho é feminina, um aumento de 2% quando comparado ao ano anterior. A presença feminina em conselhos executivos é de 11% e nos conselhos de administração, 16%. “É preciso criar um novo olhar para o setor mineral brasileiro. Um olhar de respeito às mulheres em todos os níveis da organização e em todas as áreas de atuação, de estímulo aos ambientes de trabalho inclusivos e diversos, e que a participação das mulheres seja valorizada como fonte de expertise técnica, excelência operacional, inovação para promoção da nossa indústria global para um futuro plural, além de mais produtivo e sustentável”, analisa Patrícia Procópio, presidente do WIMBrasil. 

O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) afirma que defende e valoriza a inclusão das mulheres na mineração e este é um dos 12 temas centrais da Agenda ESG da Mineração do Brasil e possui um Grupo de Trabalho (GT) específico. O GT visa a diversidade e a inclusão e, entre as diversas metas, pretende dobrar a presença feminina nas empresas mineração esperando atingir o total de 34% de mulheres presentes nas organizações no Brasil e 35% delas ocupando posições de liderança até 2030. 

Diversibram

Entre os dias 14 e 18 de março, o IBRAM realizará a ‘Diversibram: a Semana de Diversidade e Inclusão da Mineração do Brasil’, evento 100% virtual e gratuito, e que tem como objetivo debater ações desenvolvidas pelo setor em prol da inclusão e da diversidade, a importância do aumento do número de mulheres na mineração, os principais desafios na liderança inclusiva, estratégias de atração de talentos e muito mais. Informações adicionais e inscrições em https://ibram.org.br/evento/diversibram/

Depoimentos

O IBRAM tem mais de 50% de mulheres em seu quadro de funcionários. Cinthia Rodrigues, Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento, iniciou o contato com a mineração quando ainda trabalhava na área de petróleo e gás. “Foi ali o meu primeiro contato com o universo da indústria extrativa. Analisando países e empresas, pude ter contato com os mais variados stakeholders, além de produzir muito conteúdo voltado à Inteligência de Mercado. Foram cerca de oito anos e, nesse período, cursei um MBA em Negócios Internacionais e Comércio Exterior. Em 2011 cheguei ao IBRAM e mais uma vez a indústria extrativa estava presente na minha jornada profissional”. 

No IBRAM, Cinthia teve contato com a legislação minerária, com economia mineral, com diplomacia empresarial, além de viver a evolução do Departamento Nacional de Produção Mineral para Agência Nacional de Mineração. “Tive oportunidade de visitar operações de associados e em ver, na prática, os desafios e casos de sucesso que apontamos nas notas técnicas do Instituto”. Já a secretária-executiva, Patrícia Lane, tem mais de dez anos de atuação na área da mineração e já trabalhou em mineradoras em Minas Gerais e no Pará, associadas do IBRAM. Na mineração, Patrícia trabalhou com diretores de vários países, como Irlanda do Norte, Índia, Austrália e Inglaterra, além, naturalmente, do Brasil. “Na minha função de Secretária Executiva é muito comum termos a predominância de mulheres, e isso não muda no setor mineral. No entanto, a ampliação do conceito dessa função nos permitiu expandir capacidades e habilidades e contribuir melhor para o setor. Hoje percebo que a mineração é muito melhor com a atuação profissional e com o reconhecimento do potencial das mulheres. Ainda há trabalho a fazer e sou grata ao mundo da mineração pelo meu espaço conquistado”. 

Aline Nunes, Coordenadora de Assuntos Minerários, fez o curso de Engenharia de Minas e não conhecia detalhadamente a área. “Tinha muitas dúvidas, mas me apaixonei cada vez mais por esta indústria. Segui no mestrado e doutorado e atuei muito no ensino e na pesquisa. Orientei diversos alunos e sempre busquei estimular neles a mesma paixão que eu tenho pela mineração”. Segundo Alice, o setor mineral é especial com tantas oportunidades e desafios. “Assim, não me restringi ao meio acadêmico e sempre tive interação muito próxima com a indústria. Cheguei ao IBRAM bem no início de 2020, com um cenário bastante desafiador: de diálogo e transparência com a sociedade. Minha experiência tem sido ímpar, e os ganhos para minha carreira são enormes. Por outro lado, tenho tido a oportunidade de contribuir com ações importantes de aproximação do setor com a sociedade, como o trabalho de me debruçar sobre os números do setor permitindo a demonstração de sua importância no desenvolvimento socioeconômico do país”. Ela destaca o projeto de desenvolvimento de aplicativo para informações de riscos, para população, órgãos de defesa e resposta e empreendedores. “Estou sempre junto a mulheres grandiosas!”. Para Elena Renovato, Assessora Técnica do IBRAM, a mineração chegou em 2012, quando foi convidada para integrar a equipe do IBRAM. “Não conhecia a mineração a fundo, mas sabia o principal: o quanto ela é importante para o nosso dia a dia”. Em 2017, no pós-maternidade, recebeu convite para trabalhar como assessora técnica do Instituto. “No ano seguinte, após muito trabalho e sob a condução da querida colega de IBRAM, Claudia Salles, iniciamos um processo de pesquisa e diálogo amplo e maduro sobre a pauta de equidade no setor. Já no início de 2019, fui uma das fundadoras e diretoras voluntárias do movimento Women In Mining Brasil, cujo objetivo é o de ampliar o número de mulheres em cargos de liderança no setor”.

Em 2019, iniciou um MBA em Relações Institucionais, para compreender melhor como poderia ajudar nessa incrível dinâmica de influência e relacionamento entre as instituições, governo e parlamento. “Hoje posso dizer que minha jornada como mulher na mineração tem sido repleta de aprendizados, compreensão pelos meus pares e colegas de trabalho, apoio mútuo, e que a cada novo desafio encontro uma oportunidade de aprimoramento, de contribuir e transformar, para melhor, o futuro do mundo que eu desejo deixar para o meu filho”.

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