BHP quer se desfazer de depósitos de ouro e cobre no Brasil
De acordo com informações publicadas pela Bloomberg, citando fontes anônimas, a BHP pretende negociar os ativos de cobre e ouro que possui no Brasil e que vieram juntos com a aquisição da Oz Minerals, na Austrália. A BHP teria inclusive, ainda segundo a notícia, contratado o banco Santander para intermediar a transação.
Dos ativos de cobre e ouro da BHP no Brasil, o principal é a mina Pedra Branca, inaugurada em 2020, localizada em Água Azul do Norte (PA), com capacidade instalada de 720 mil t/ano de minério de cobre e ouro através de lavra subterrânea. O minério é processado na planta situada em Curionópolis (PA), que tem capacidade instalada para processar 800 mil t/ano de minério, produzindo 12 mil t/ano de cobre em concentrado.
A empresa possui também o projeto Pantera, de exploração de cobre e ouro, 110 km a oeste da mina de Pedra Branca, que tem potencial para se tornar o próximo hub de produção na região. Além disso, atua na exploração de ouro na província de Gurupi (MA), no qual se pretendia adotar a estratégia de hub, ou seja, uma planta central e produção de minério em depósitos satélites. Conforme estudos preliminares, o projeto Centro Gold, como é conhecido, fica na Província Aurífera de Gurupi e poderia produzir entre 100 mil e 120 mil onças de ouro por ano, por um prazo de 10 anos, através de mineração a céu aberto, segundo um Estudo de Pré-viabilidade concluído em 2019. O projeto abrange dois depósitos: Blanket e contact. A 8 km de distância de Centro Gold há o depósito Chega Tudo, considerado de alta qualidade.
Quando foi adquirida pela BHP, a Oz Minerals tinha uma opção para aquisição de 50% do projeto Pantera, cujos direitos pertencem à Vale e BNDES.
Especialistas acreditam que a justificativa para a venda desses ativos deve-se ao fato de serem depósitos pequenos, já que a empresa tem manifestado interesse em aumentar seus ativos de cobre pelo mundo.
Por Francisco Alves