Mara Fornari
Quando encontrou pela primeira vez o projeto de paládio, platina, ródio, níquel e ouro Luanga (também chamado de "Projeto Luanga PGM+Ni+Au"), o advogado e geólogo Luís Mauricio Azevedo, Chairman e CEO da Bravo Mining, reconheceu o imenso potencial como “oportunidade única, prestes a se tornar um ativo emergente de classe mundial, devido à sua excepcional qualidade, escala e localização estratégica”. Mas para concretizar essa visão, seria preciso o esforço de uma equipe competente que pudesse levar o projeto a outros patamares. Foi assim que em 2020 foi criada a Bravo Mining, como veículo para adquirir, em novembro de 2021, o projeto Luanga, localizado na Província Mineral de Carajás, no estado do Pará.
Alexandre Penha, EVP e-Corporate Development da Bravo Mining conta que o primeiro passo foi montar um conselho de administração e equipe de gestão de alto nível, muitos dos quais participaram do sucesso de outra empresa da qual Luís Mauricio foi um dos fundadores, a Avanco Resources - uma produtora de cobre focada no distrito mineral dos Carajás, vendida para a OZ Minerals em 2018, por A$440 milhões.
Após a conclusão da aquisição do Projeto Luanga, a Bravo efetuou uma rodada de captação privada, levantando cerca de C$11 milhões em Maio 2022 e então avançou rapidamente com um bem-sucedido IPO de C$40 milhões em Julho de 2022 e financiamento adicional de C$25 milhões em Julho de 2023, com o apoio de acionistas institucionais de classe mundial, como BlackRock, Tembo Capital, Franklin Templeton e Resource Capital Funds (RCF), dentre outros.
Recentemente, ao completar um ano do início das transações na TSX Venture Exchange, Luís Mauricio ressaltou que o trabalho iniciado antes da bem-sucedida oferta pública inicial mostrou o crescimento consistente e a confiança dos investidores: “a resposta do mercado às nossas estratégias triplicou o preço das ações da Bravo Mining desde o IPO, em menos de um ano, fruto da dedicação da equipe e das decisões tomadas. O foco é a mineração sustentável – temos compromisso com a responsabilidade ambiental. E a parceria com as comunidades locais tem sido fundamental para garantir a licença social e construir uma reputação positiva”.
Apesar da Bravo ser uma empresa recente, o Projeto Luanga em si já estava avançado com um extenso trabalho exploratório concluído pela gigante da mineração Vale. Isso permitiu à Bravo iniciar seus trabalhos técnicos no Luanga há cerca de 18 meses atrás, aproveitando-se de uma excelente plataforma de dados, porém agora injetando a sua própria interpretação do ambiente geológico e estratégia de pesquisa mineral.
O Projeto Luanga está localizado no município de Curionópolis, no estado do Pará, distante a 40 minutos do centro municipal (36 km) e é facilmente acessível aos centros regionais de Parauapebas (72 km) e Marabá (138 km). A área do projeto faz divisa no lado oeste com a mina de minério de ferro Serra Leste, da Vale. “Essa localização é bastante benéfica sob o ponto de vista de um provável desenvolvimento do projeto, já que está próxima a minas em operação, com excelente acesso por estradas pavimentadas e proximidade da infraestrutura existente, incluindo energia hidroelétrica, água, mão de obra e provedores de serviços”, ressalta Alex Penha.
Tecnicamente, Luanga é um depósito PGM+Au+Ni da era Neo-Arqueana (2,5-2,8 bilhões de anos) hospedado no complexo intrusivo ultramáfico e máfico de Luanga. O complexo possui um comprimento mineralizado de aproximadamente 8,1 km, que possui idade e/ou ambiente geológico amplamente semelhantes a outros depósitos de PGM e minas produtoras ao redor do mundo.
De acordo com Penha, a Vale explorou extensivamente o Projeto Luanga nas décadas de 1990 e 2000, perfurando 252 furos para um total de 50.352 metros, resultando em uma estimativa histórica de 142 milhões de toneladas a 1,24 g/t Pd+Pt+Au (3E PGM) e 0,11% de Ni.
Nos dois anos anteriores ao IPO da Bravo, em 2022 e nos últimos dezoito meses, a empresa concentrou-se na compilação, registro e verificação de dados históricos. No período pós-IPO, a Bravo concluiu seu programa de perfuração de Fase 1 com 25.000 metros de sondagem diamantada. Isso incluiu perfuração de furos gêmeos, infill e em profundidade. Os programas de sondagem da Fase 2 e 3, em andamento para um total de 37.500 metros, visam verificar a continuação da mineralização de PGM+Au+Ni a aproximadamente 350 metros abaixo da superfície ao longo de todo o comprimento do Luanga. Esta profundidade é cerca do dobro da profundidade sondada na Fase 1 e das perfurações históricas (que definiram os recursos minerais históricos).
Até o momento, a Bravo concluiu um total de 215 furos para um total de 44.110 metros, incluindo todos os furos gêmeos planejados e furos metalúrgicos.
Um momento importante para a empresa foi em agosto de 2022, quando a Bravo anunciou uma interseção de sulfeto maciço de 11,04 metros com 2,04% de Ni + 1,23% de Cu+ 4,24 g/t de PGM+Au a partir de uma profundidade de 131 metros. Esse estilo de mineralização não havia sido observado anteriormente e acredita-se que possa representar um novo estilo de mineralização que ocorre abaixo do depósito PGM de Luanga, e poderia ser uma indicação potencial da zona alimentadora.
Após essa interseção, a Bravo mobilizou rapidamente um levantamento geofísico eletromagnético (EM) baseado em helicóptero (HeliTEM) para sobrevoar toda a área de terra de Luanga. Anomalias EM definidas por este levantamento geraram 17 Alvos Prioritários a serem testados nos próximos meses. O EM é fundamental na exploração e identificação de potenciais corpos de sulfetos maciços, que neste contexto podem conter minerais de sulfeto de níquel (± cobre).
No dia 22 de outubro de 2023, a Bravo divulgou sua tão aguardada estimativa de recursos minerais inaugural sob os padrões NI 43-101. Os resultados não decepcionaram e superaram significativamente as estimativas históricas e também as expectativas dos analistas do mercado de capitais em geral.
Com 4,1Moz @ 1,75g/t PdEq Indicados e 5,7Moz @ 1,50g/t PdEq Inferidos, (Paládio Equivalente), tal recurso confirma o Projeto Luanga como um depósito de grande escala e classe mundial e uma das poucas fontes potenciais de tais metais críticos e escassos fora de regiões com constantes instabilidades política, deficiências de infraestrutura e complexidades de licenciamento.
Veja a matéria completa na edição 434 de Brasil Mineral