Vale Ventures investe em startup que estuda captura de CO2
O Vale Ventures, iniciativa de Corporate Venture Capital da Vale, anunciou investimento na startup Mantel, com sede em Boston (EUA) e que é proprietária de uma tecnologia inovadora de captura de carbono. O objetivo é acompanhar de perto e apoiar o desenvolvimento da startup, cuja tecnologia tem potencial de contribuir para a descarbonização da indústria pesada, incluindo os setores de mineração e siderurgia. O investimento em uma parte minoritária foi realizado na Série A da startup, que alcançou um valor total de US$ 30 milhões. Este é o terceiro aporte da Vale Ventures, que em 2022 comprometeu um capital de US$ 100 milhões para ser investido no desenvolvimento de soluções disruptivas para a cadeia de mineração e metais.
Fundada em 2022 no Departamento de Engenharia Química do Massachussets Institute of Technology (MIT), a Mantel utilizará os recursos captados para implementar uma planta de demonstração com capacidade de capturar 1.800 toneladas anuais de CO2 com o objetivo de preparar o caminho para a implantação comercial em grande escala dos sistemas de captura de carbono de alta temperatura. Em laboratório, a tecnologia já demonstrou ser possível realizar a captura de carbono de 0,5 tonelada por dia. “A tecnologia de captura de carbono da Mantel, quando estiver disponível, pode viabilizar a produção de ferro e aço com zero emissão, mesmo com o uso de gás natural como fonte energética na rota de redução direta”, explica Bruno Arcadier, Head do Vale Ventures. “É mais uma opção que se apresenta para a descarbonização da cadeia de mineração e metais”.
A captura de carbono envolve a coleta de CO2 produzido em usinas siderúrgicas, instalações de energia e refinarias, entre outras. O CO2 capturado é comprimido, transportado e usado para diversas aplicações ou armazenado no subsolo, evitando sua liberação na atmosfera. A Mantel utiliza boratos fundidos, materiais de captura de carbono em fase líquida a altas temperaturas, para capturar CO2 na fonte de emissão, reduzindo os custos da captura em mais da metade em comparação com as tecnologias convencionais baseadas em amina, o que ajuda a tornar economicamente viável a instalação da tecnologia. À medida que mais equipamentos de captura de carbono forem instalados, espera-se que mais investimentos em infraestrutura sejam gerados, reduzindo ainda mais os custos de captura, transporte e armazenamento de carbono.