Vale recebe aval para projeto de combustíveis

01/07/2022
Segundo estudo preliminar, a redução de emissões pode ficar entre 40% e 80% quando movidas a metanol e amônia, ou em até 23% no caso do GNL.

 

Um projeto da Vale voltado para a incorporação de tanques multicombustíveis em navios mineraleiros recebeu o Approval in Principle (AIP) da Sociedade Classificadora DNV. A DNV aprovou a viabilidade técnica do projeto e indicou que a partir deste sistema, desenvolvido em parceria com as norueguesas Brevik Engineering AS e Passer Marine, as embarcações fretadas pela mineradora poderão ser adaptadas para, no futuro, armazenarem combustíveis alternativos como gás natural liquefeito (GNL), metanol e amônia.

A iniciativa faz parte do programa Ecoshipping, desenvolvido pela Vale para a adoção de novas tecnologias e renovação de sua frota com o objetivo de reduzir as emissões de carbono na navegação. Segundo estudo preliminar para os navios da categoria do Guaibamax, a redução de emissões pode ficar entre 40% e 80% quando movidas a metanol e amônia, ou em até 23% no caso do GNL. Atualmente, dezenas de VLOCs (Very Large Ore Carriers) de segunda geração já em operação, com 400 e 325 mil toneladas de capacidade, foram projetados para futura instalação de sistema de GNL, o que inclui um compartimento sob o convés para receber um tanque com capacidade para toda a viagem. 

A partir do recebimento de AIP para o design de tanque multicombustível, um projeto piloto será desenvolvido nos próximos meses para a implementação deste sistema em um Guaibamax. “O sistema de tanque multicombustível remove algumas das principais barreiras para a adoção de combustíveis alternativos, que incluem a incerteza regulatória e de infraestrutura na definição do combustível ideal. É uma solução para o futuro, mas que também leva em conta os navios existentes, muitos deles com mais de 20 anos de vida útil pela frente. Aliado a outras tecnologias de eficiência energética em andamento na Vale, como as velas rotativas e o air lubrication, permite que tenhamos embarcações mais eficientes e com emissões de carbono baixíssimas”, explica o gerente de engenharia naval da Vale, Rodrigo Bermelho.

Além dos combustíveis alternativos, a Vale desenvolveu tecnologias inovadoras de eficiência energética, como o primeiro mineraleiro equipado com velas rotativas e o primeiro navio Guaibamax com air lubrication instalado em 2021. Desde 2020, a Vale anunciou investimentos de até US$ 6 bilhões para reduzir em 33% suas emissões de escopos 1 e 2 até 2030. A mineradora comprometeu-se também a reduzir em 15% as emissões de escopo 3 até 2035, relativas à cadeia de valor, das quais as emissões de navegação fazem parte, já que os navios não são próprios. As metas são alinhadas com a ambição do Acordo de Paris.

A Vale tem investido no estado da arte em termos de eficiência e de inovação ambiental na área de navegação. Desde 2018, a companhia opera com Valemax de segunda geração e, desde 2019, com os Guaibamax, com capacidades de 400 mil toneladas e 325 mil toneladas, respectivamente. As embarcações estão entre as mais eficientes do mundo e conseguem reduzir em até 41% as emissões de CO2 equivalente se comparadas com as de um navio capesize, de 180 mil toneladas, construído em 2011.

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