Sigma Lithium quer mais do que triplicar produção até 2027
Durante o Investor Day, realizado na bolsa Nasdaq, no dia 27 de setembro, a Sigma Lithium afirmou que espera elevar seu volume total de produção para 920.000 toneladas de concentrado, ou 125.000t LCE, até 2027. Para a CEO e copresidente da empresa, Ana Cabral, a empresa está em uma posição competitiva muito vantajosa, o que motiva o seu plano de expansão. “A Sigma Lithium é a terceira produtora de concentrado de lítio de menor custo do setor, beneficiando-se da engenhosidade de processamento e de uma jurisdição operacional de baixo custo. Estamos construindo outra planta de lítio Greentech neutra em carbono no Brasil, com o BNDES financiando totalmente nossa construção. Portanto, podemos continuar a cumprir nosso histórico de sucesso para expandir confortavelmente a capacidade e atender aos requisitos significativos de demanda de longo prazo de nossos clientes, mesmo com o atual ambiente de preços baixos”, disse ela.
Para a executiva, a resiliência financeira da empresa é apoiada pelo próprio posicionamento no segmento mais lucrativo da cadeia de suprimentos de lítio, longe da competição acirrada e dos produtos químicos de lítio downstream intensivos em capital. “Ao mesmo tempo, nossa planta Greentech produz materiais de lítio metalurgicamente superiores, permitindo-nos maximizar o “valor em uso” de cada unidade de lítio que entregamos aos clientes”. Com o comissionamento da fase 1 da Sigma e a aceleração comercial concluídas, a empresa delineou investimentos brownfield para desobstruir os volumes de produção. Isso inclui etapas para melhorar o processamento de ultrafinos e permitir o reprocessamento de quase 200 mil toneladas de material estocado de teor 1,5%. A empresa também investiu para atualizar sua rede de peneiras para reduzir as custos de manutenção e melhorar o perfil de pureza do minério processado por sua instalação Greentech. No total, a Sigma visa um ganho de 10% na produção anual com essas iniciativas.
Em uma escala maior, a Sigma Lithium apresentou seus planos para mais que triplicar sua produção atual de 37.000 toneladas de equivalente de carbonato de lítio (LCE) até o final de 2026 após a construção de suas expansões de fases 2 e 3.
Para o projeto da Fase 2, que está em construção agora, a empresa está visando 250.000 toneladas de capacidade de concentrado de lítio, ou 34.000 toneladas de LCE. Espera-se que sua expansão maior da fase 3 adicione 400.000 toneladas à capacidade de concentrado principal, ou 54.000t LCE. Esses projetos de crescimento utilizam fluxogramas de processamento quase idênticos aos da primeira fase e se beneficiarão da infraestrutura existente na Sigma. No total, a Sigma Lithium espera elevar seu volume total de produção para 920.000 toneladas de concentrado, ou 125.000t LCE, até 2027. Nessa escala, a Sigma melhoraria sua posição como produtora líder de materiais de lítio.
Além da construção gradual de seu complexo Greentech integrado, a Sigma continua a explorar a entrada no mercado de intermediários de sulfato de lítio até 2027. Por meio da produção de sulfato de lítio, a Sigma Lithium busca se tornar o eixo de uma nova cadeia global de materiais de bateria que seja carbono zero e eficiente em termos de capital. Ao fazer isso, a empresa poderia monetizar ainda mais seu perfil de qualidade de produto superior, que é subvalorizado no mercado atual, sem avançar o suficiente para competir diretamente no segmento intensamente competitivo de negócios de produtos químicos de lítio.
À medida que a empresa comissiona capacidade adicional, ela espera se beneficiar de uma alavancagem de custos significativa por meio de suas despesas fixas e gerais e administrativas dentro e fora do local. Ao usar as estimativas de consenso predominantes do lado da venda para o preço do concentrado de lítio, o modelo suporta lucros robustos e expansão de margem. “Com base em nossa previsão atual, a combinação do crescimento do volume e esse preço gera um EBITDA ajustado para a Sigma de US$ 155 milhões em 2025 e quase US$ 700 milhões em 2027”, informa a empresa, citando como ponto de apoio nesse crescimento o recente compromisso do BNDES para um empréstimo de desenvolvimento de R$ 487 milhões para financiar integralmente a construção da planta Greentech fase 2 da Sigma. O empréstimo carrega uma taxa de juros sub-tesouraria de 7,53% em reais brasileiros, ou ~2,5% em uma base de USD nas taxas de swap vigentes. Ele também apresenta uma janela de perdão de amortização de 18 meses. Com um cronograma de construção e comissionamento de 12 meses, a empresa espera gerar lucros com suas novas operações antes que a dívida do BNDES comece a amortizar.
Para suportar essa onda de expansão, a empresa menciona as 110 Mt de recursos minerais auditados e no que a própria Sigma e seus auditores externos acreditam ser um saldo superior a 150 Mt considerando seu pipeline alvo e formações pegmatíticas conhecidas.