No segundo dia de EXPOSIBRAM 2024 ocorreu um debate sobre a Agenda ESG da Mineração, desenvolvida para demonstrar à sociedade que o setor mineral vem promovendo transformações para se tornar mais seguro, responsável e sustentável. A Agenda ESG foi o tema central do painel mediado pela diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social da Kinross, Ana Cunha, e pelo diretor de Assuntos Associativos e Mudança Climática do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Alexandre Valadares Mello, que contou com a participação do sócio e diretor de Mineração e Metais na Falconi, Dennis Alberto de Almeida Glória; o diretor-presidente da Lundin Mining e vice-presidente do Conselho Diretor do IBRAM, Ediney Maia Drummond; o diretor de Assuntos Corporativos e Impacto Sustentável na Anglo American, Ivan Simões; o diretor da AngloGold Ashanti, Othon de Villefort Maia; a diretora do Jurídico ESG e Relações Institucionais da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), Renata Willens Longo Ferrari; a diretora de Sustentabilidade na Samarco Mineração S/A, Rosane Gomes Santos; o gerente-geral de Sustentabilidade da Largo Resources, Tiago Mauriz; a gerente de ESG da Nexa Resources, Adriana Valente; e o diretor Global de Serviços Técnicos de Mineração (Geologia, Mina e Processo) da Vale, Bruno Pelli.
O diretor da AngloGold Ashanti, Othon de Villefort Maia, tratou da construção teórica da transformação sustentável nos negócios, que, para ele, está ligada à mudança da sociedade e ao papel das organizações nesse contexto. “Independentemente do termo que se dá, essa transformação não volta atrás", disse. Já Rosane Gomes Santos, da Samarco, reformou que o aprendizado é constante no setor devido ao rompimento da barragem de Fundão, em 2015 que jamais será esquecido. “A empresa aprende, ressignifica no dia a dia, ou seja, a reparação é um habilitador do nosso negócio. Utilizamos a reparação como uma alavanca para a retomada de nossas operações", declarou. Ela também reafirmou o compromisso do diálogo com as pessoas e com a sociedade onde a empresa opera, não apenas para entender as necessidades e vocações, mas também para ressignificar o propósito da empresa.
O representante da Vale, Bruno Pelli, disse que a mineração do futuro será desejada por todos. "Infelizmente, precisamos reconhecer, com as tragédias que vivemos e muitos outros fatores, que muitas vezes não somos desejados", lamentou. Ele prosseguiu: "Parte do que será a mineração do futuro é acreditar que ela será hiperconectada, autônoma, minimamente invasiva, buscando reduzir cada vez mais o impacto das áreas de mineração”, relatou. Ao falar sobre governança, Ivan Simões avaliou que o Legislativo demanda ao setor uma resposta rápida para a sociedade, mas que não há respostas simples para questões complexas. “Precisamos ter calma para que essas mudanças sejam feitas de forma razoável, e que possam garantir a sustentabilidade do setor”, afirmou.
O sócio e diretor de Mineração e Metais na Falconi, Dennis Alberto de Almeida Glória abordou os cinco anos de Agenda ESG no setor. "Quando olhávamos informações de ESG sobre o setor mineral, não víamos muitas coisas em fontes abertas", revelou. "Nós estabelecemos os indicadores no primeiro ano para oito grupos, e essa agenda avançou muito bem. Em 2023, já temos 26 indicadores. Começamos com 20 empresas coletando informações, e já são mais de 40. Temos uma transparência muito grande. Nós temos gerado um princípio importantíssimo para o ESG, que é a transparência", completou, enquanto o diretor-presidente da Lundin Mining, Ediney Maia Drummond, destacou a importância da saúde e segurança ocupacional e a necessidade de cuidar e zelar pelas pessoas que trabalham nas empresas de mineração. “Temos um dever, uma obrigação e uma responsabilidade muito grandes com a nossa força de trabalho, para garantir que todos possam voltar para casa no final de cada dia e de cada turno, vivos e saudáveis”, ressaltou.
Para a melhoria da eficiência no uso de fontes naturais, Adriana Valente afirmou que o recurso hídrico é indispensável não apenas para o setor, mas também para a sociedade, e que projetos para utilização consciente são fundamentais. "É importante ter a medição de dados confiáveis para termos planejamentos mais efetivos e projetos com eficiência comprovada, além de compreender onde estão os gargalos da nossa indústria", comentou. Já Renata Willens Longo Ferrari iniciou sua participação dizendo da importância em pensar nas empresas com sua função social e na forma como elas se conectam à sociedade em diferentes frentes. Ela destacou três iniciativas da CBMM, como priorizar fornecedores de Minas Gerais, oferecer capacitação para expandir boas práticas entre esses fornecedores e fomentar microempreendimentos. "Isso gera renda e desenvolvimento sustentável. Vamos dando esse retorno para a sociedade, que sabemos ser nossa responsabilidade, nosso dever", enfatizou. Por fim, Tiago Mauriz encerrou o painel afirmando que a mineração responsável é fundamental para a transformação do setor em um motor para o desenvolvimento sustentável, respeitando a vida, a transparência, os direitos das comunidades anfitriãs e o desenvolvimento socioeconômico dos municípios onde a mineração atua. “Eu entendo que as ações da Largo estão muito alinhadas ao que entendemos como mineração responsável e transparência, e estão em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU”, finalizou.