CBA fatura R$ 2,1 bilhões e investe R$ 169 milhões no trimestre
A CBA investiu R$ 169 milhões no segundo trimestre de 2024, uma redução de 9% quando comparado ao mesmo trimestre de 2023 e de 25% sobre o primeiro trimestre de 2024, principalmente pela menor concentração de reforma de fornos no período. A CBA informou que 48% do capex de modernização e expansão anunciado no IPO já foi realizado até o trimestre e que 62% do capex nesse primeiro semestre se refere aos projetos de modernização e expansão. Essa concentração é em função do desembolso relativo ao projeto de Disposição de Resíduos, que teve seu start-up em abril/2024 e projeto ReAl, que terá seu start-up ainda este ano. Os investimentos em reforma de fornos e manutenção representam 11% e 24% do total de capex do 2T24, respectivamente. Neste trimestre, o volume de produção de alumínio líquido da CBA foi de 90 mil toneladas, 2,8 mil toneladas a mais comparado ao primeiro trimestre de 2024.
A Companhia registrou vendas de alumínio primário de 72 mil toneladas no segundo trimestre, um aumento de 35% em relação ao mesmo trimestre de 2023 e 8% superior quando comparada ao primeiro trimestre do ano. O maior volume comercializado é explicado pelo desempenho positivo em todas as linhas de produtos, principalmente tarugo, para o setor de construção civil. As vendas de produtos transformados foram de 33 mil toneladas no trimestre, incremento de 11% em comparação ao segundo trimestre do ano passado e 4% maior em relação aos três meses iniciais de 2024. Em ambos os períodos, as vendas de folhas tiveram melhor desempenho. No segmento de reciclagem, foram vendidas 24 mil toneladas, aumento de 9% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e ao primeiro de 2024.
Segundo a CBA, o mercado de autoconstrução demonstrou avanço positivo, devido à facilitação das condições de negociação de empréstimo. No segundo trimestre de 2024, a CBA concentrou 87% dos volumes de vendas no mercado nacional e registrou um aumento de 3% nas exportações em relação ao primeiro trimestre e 8% acima sobre o mesmo período de 2023, principalmente por novas negociações de lingote liga e vergalhão para América Latina, México e Europa.
A receita líquida consolidada da CBA foi de R$ 2,1 bilhões entre abril e junho de 2024, um aumento de 24% em relação ao mesmo período de 2023 e de 22% sobre o primeiro trimestre do ano. A receita líquida do negócio de alumínio atingiu R$ 2,0 bilhões, um crescimento de 30% comparado ao mesmo trimestre do último ano, sendo influenciado pelo aumento de 22% no volume vendido de alumínio, além da alta de 12% no preço médio do alumínio na LME, aliado à apreciação do dólar vs. real de 5% nos períodos comparados. No segmento de primários, a receita líquida cresceu 41% no trimestre na comparação anual e 25% a mais em relação ao primeiro trimestre de 2024, reflexo do aumento significativo de 35% no volume vendido de primários, com melhor mix de vendas em relação ao mesmo trimestre de 2023, aumento no volume de vendas em 8% vs. 1T24, além dos melhores preços praticados em relação aos períodos comparados.
No segmento de transformados, a receita líquida teve aumento de 9% no 2T24 vs. 2T23, e de 12% em relação ao 1T24, em função dos melhores preços praticados e leve aumento no volume vendido. No segmento de reciclagem, no segundo trimestre deste ano houve aumento de 6% na receita líquida, tanto em relação ao segundo trimestre de 2023 quanto em relação aos três primeiros meses de 2024, reflexo do maior volume vendido no período.
O EBITDA ajustado consolidado foi de R$ 339 milhões no segundo trimestre do ano, 4,6 vezes e 2,3 vezes os respectivos valores do 2T23 e do 1T24, sinalizando a recuperação dos resultados, com a estabilização das salas fornos, maior volume de vendas, aumento nos preços praticados e menores custos por tonelada vendida entre os períodos comparados. As principais variações nos ajustes do EBITDA foram referentes ao valor justo dos contratos futuros de energia, em função da melhora da curva de preços futura, e realização pela entrega da energia contratada, provisão de impairment, dado que houve distrato do contrato de venda de Niquelândia, conforme anunciado em Fato Relevante em 21 de junho de 2024, e ajuste positivo de R$ 57 milhões pelo recebimento de dividendos da Enercan, que não tem mais seus resultados consolidados desde o primeiro trimestre de 2023.
A margem EBITDA ajustada foi de 16%, um aumento de 12% sobre o segundo trimestre de 2023. Além disso, com o início da operação do projeto Filtro Prensa no trimestre, houve aumento da vida útil da barragem do Palmital e, portanto, a remensuração de passivo com descomissionamento. O efeito do ajuste a valor presente na remensuração do passivo foi contabilizado como redutor do ativo, até o limite do valor do imobilizado, e o valor residual contabilizado em outros resultados operacionais, resultando o efeito negativo no EBITDA ajustado de R$ 48 milhões. A CBA registrou prejuízo líquido de R$ 74 milhões no trimestre, R$ 24 milhões a mais do que os R$ 50 milhões de um ano antes. Apesar da melhora do lucro bruto comparado ao 2T23 e ao 1T24, o principal efeito para a apuração de maior prejuízo no período, foi o pior resultado financeiro líquido negativo. Comparado ao 2T23, este efeito foi parcialmente compensado pelo efeito positivo de R$ 58 milhões em outros resultados operacionais no 2T24, referente à atualização da marcação à mercado dos contratos de energia, resultado do aumento do PLD (Preço de Liquidação das Diferenças), devido ao cenário de menor afluência hídrica, que elevou os preços de energia. Além disso, tanto em relação ao 2T23, quanto em relação ao 1T24, o resultado financeiro líquido negativo no 2T24 foi parcialmente compensado pelo efeito positivo de R$ 53 milhões de imposto de renda e contribuição social diferidos sobre o prejuízo do período.
No que se refere à Agenda ESG da CBA no segundo trimestre de 2024, a empresa assinou juntamente com outras 51 empresas associadas ao CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), um documento para a criação urgente de um mercado regulado de carbono no Brasil. A iniciativa visa promover a sustentabilidade, incentivar práticas empresariais responsáveis e garantir que o Brasil cumpra seus compromissos internacionais de redução de emissões. Além disso, com o objetivo de incentivar ações práticas de enfrentamento à mudança do clima nas regiões em que a companhia atua, a CBA iniciou, em Muriaé/MG e Juquitiba/SP, o programa Apoio à Gestão Pública (AGP) Ação Climática.