Aclara quer iniciar implantação de projeto em Goiás já em 2026

Empresa pretende trabalhar em parceria com o estado visando iniciar a construção em 2026 para que o projeto possa iniciar operação em 2028.

A Aclara pretende iniciar a construção do projeto Módulo Carina, em Goiás, que requer um investimento de US$ 599 milhões, já em 2026. Foi o que afirmou José Augusto Palma, vice-presidente Executivo da empresa, em entrevista a Brasil Mineral, durante a Exposibram 2024. Ele disse que a empresa traçou vários objetivos para este ano, alguns dos quais já se cumpriram, dentre os quais uma campanha de sondagem para melhor entendimento do depósito. Recentemente a Aclara publicou uma nova avaliação econômica preliminar do empreendimento, em que se estendeu a vida útil para 22 anos. No estudo, “o projeto demonstrou ser muito seguro, com muitíssimo potencial”, diz Palma, mencionando outro avanço, que foi a assinatura de um protocolo com os governos do estado de Goiás e do município de Nova Roma, em que se considera o empreendimento como estratégico, fato que foi elogiado pelo dirigente. “Em 30 anos de exercício profissional, trabalhando com muitos governos eu nunca tinha visto um governo, seja em nível federal, estadual ou municipal, trabalhar de maneira tão eficiente, profissional e transparente”. 

O protocolo estabelece as obrigações de ambas as partes. Pelo lado da Aclara, ela se compromete a investir o Capex de US$ 599 milhões necessário para colocar o projeto em produção, gerando 3.200 empregos diretos – além dos indiretos, que poderão chegar a 5 mil ou 6 mil – e trabalhar em parceria com o estado e suas distintas instituições para preparar a população, não apenas em Nova Roma mas também na região do entorno. Isso inclui o desenvolvimento de fornecedores locais de bens e serviços, para que possam se juntar á cadeia de valor que vai ser criada com o investimento. “E vamos trabalhar com o município de Nova Roma para fortalecer suas capacidades e ver como podemos também buscar formas de diversificar a sua atividade econômica, já que a mineração não dura para sempre”. 

Palma afirma que a empresa pretende ingressar com o EIA (Estudo de Impacto Ambiental) do empreendimento no início do próximo ano e a partir daí trabalhar em parceria com o estado visando iniciar a construção em 2026 para que o projeto possa iniciar operação em 2028. Ele explica que, ao contrário de outras junior companies, a Aclara tem o suporte de uma empresa mineradora tradicional, com mais de 100 anos de atuação em operações mineiras, a Hochschild Mining, que é o principal acionista. “Quando a Hochschild Mining investe no setor, é para operar, não para vestir a noiva e vendê-la. Temos uma cultura muito forte, baseada na responsabilidade com os trabalhadores e as comunidades, com o meio ambiente. E tudo isso estamos implementando na Aclara, porque ela é parte dessa cultura”, afirma.  

Ele reiterou que o projeto Módulo Carina tem diferenciais importantes, porque será uma operação amigável do ponto de vista ambiental – sem o uso de explosivos, sem barragens de rejeito e com recuperação da área minerada quase simultânea. Além disso, será decisivo no mundo da produção das terras raras, já que responderá por cerca de 13% do que a China produz atualmente de Disprósio e Térbio, dois elementos de terras raras que são essenciais para transição energética. E a um custo bastante competitivo.