CBA conclui planta de secagem de resíduos, que custou R$ 500 milhões

09/04/2024
Equipamento para secagem de resíduos, que lhe permite prescindir totalmente de barragem para armazenamento de rejeitos a úmido

 

A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) inicia, até o final de abril, a operação de um sistema de filtragem, composto por 3 filtros-prensa, para secagem dos resíduos de sua planta de alumina localizada em Alumínio (SP), que gera 1.500 t/dia de resíduos. Com isso, a empresa poderá prescindir totalmente de barragem para armazenamento de rejeitos a úmido. Segundo Luciano Alves, CEO da empresa, o projeto envolveu investimentos de R$ 420 milhões, até o momento, mas o total, considerando o que será investido futuramente, deverá atingir cerca de 500 milhões.

O sistema de filtragem, que foi importado, é uma tecnologia já aprovada no mercado e o objetivo é ter uma operação mais segura, pois a disposição passa a ser feita a seco e não mais a úmido. Aliás, como explica Luciano Alves, a CBA já vinha secando a barragem há alguns anos, não apenas pensando no start up do projeto do sistema de filtragem de resíduo, mas também porque, ao reutilizar o material líquido da barragem, se consegue reaproveitar parte das matérias primas na usina de alumina. Até o momento, já foram retirados 81% dos resíduos úmidos contidos na barragem, que já está preparada para receber os resíduos secos.

Conforme Leandro Faria, gerente geral de Sustentabilidade da CBA, além do benefício ambiental, há o benefício econômico, porque os líquidos contidos na barragem são reaproveitados, como é o caso da soda cáustica, utilizada no processo produtivo da alumina. Um outro benefício do projeto é que permite estender a vida útil da barragem. “Então, uma barragem que estaria próxima do fim de sua vida útil, terá mais 20 anos pela frente. O que era uma barragem passa a ser uma área de deposição de resíduo seco. E tem o benefício de se poder utilizar o resíduo a seco em outras indústrias, como por exemplo a cimenteira”, diz ele.  

Conforme o CEO, o projeto faz parte de uma estratégia maior de crescimento futuro da CBA, com um portfólio de projetos que somam aproximadamente R$ 2,5 bilhões e que inclui alumina, sala de fornos, reciclagem e outras partes do processo, na qual se insere o conceito de não mais utilizar barragens de rejeito. “Há outros projetos relacionados a isso, como o beneficiamento móvel, que ainda está numa escala de P&D, em que se faz o beneficiamento do minério na frente de lavra, devolvendo o resíduo para a própria cava, prescindindo de barragem”.

Ele explica que há dois anos a empresa iniciou a operação da Sala 3, na unidade de produção de alumínio e tem um investimento a ser feito para retomar a operação da Sala 1, adicionando mais 50 mil toneladas à capacidade de produção. Este projeto tem o start up previsto para 2027.

Direto da Fonte