Conselho da Anglo American rejeita proposta da BHP, de US$ 59,6 bilhões

26/04/2024
Segundo a Anglo American, a proposta subestima significativamente seu valor e suas perspectivas futuras

 

A Anglo American informa que o seu Conselho rejeitou, por unanimidade, a proposta de aquisição, feita pela BHP, de todas as ações da Anglo American, “com a exigência de que a Anglo American concluísse duas cisões separadas de todas as suas participações na Anglo American Platinum Limited e na Kumba Iron Ore Limited para acionistas da Anglo American. A oferta de todas as ações e as cisões exigidas seriam intercondicionais”.

De acordo com a Anglo American, a proposta “subestima significativamente a Anglo American e suas perspectivas futuras. Além disso, a proposta contempla uma estrutura que o Conselho acredita ser altamente pouco atraente para os acionistas da Anglo American, dada a incerteza e a complexidade inerentes à Proposta, e aos riscos significativos de execução”.

A proposta da BHP previa um valor total de US$ 59,6 bilhões, envolvendo um valor de US4 48,12 por ação ordinária da Anglo American, incluindo US$ 9,33 em ações da Anglo Platinum e US$ 6,53 por ações da Kumba. Ainda segundo a BHP, a proposta significaria um prêmio de 31% sobre o valor atual de mercado da Anglo American.

Stuart Chambers, presidente da Anglo American, comentou que "a Anglo American está bem-posicionada para criar valor significativo a partir de seu portfólio de ativos de alta qualidade que estão bem alinhados com a transição energética e outras tendências importantes de demanda. Com o cobre representando 30% da produção total da Anglo American, e com o benefício de uma produção bem sequenciada e opções de crescimento que agregam valor no cobre e outros produtos estruturalmente atraentes, o Conselho acredita que os acionistas da Anglo American poderão se beneficiar do que esperamos ser uma valorização significativa à medida que o impacto total dessas tendências se materializar. A proposta da BHP é oportunista e falha em avaliar as perspectivas da Anglo American, ao mesmo tempo que dilui significativamente o valor relativo da participação positiva dos acionistas da Anglo American em relação aos acionistas da BHP. A estrutura proposta também é altamente pouco atraente, criando incerteza substancial e risco de execução suportado quase inteiramente pela Anglo American, seus acionistas e outras partes interessadas, que definiram prioridades estratégicas claras – de excelência operacional, portfólio e crescimento – para entregar todo o potencial de valor e estão totalmente focadas nessa entrega.”

A Anglo American aconselha seus acionistas a não tomar qualquer atitude em relação à possível oferta. “Não pode haver certeza de que qualquer oferta firme será feita”, afirma a empresa, acrescentando que, de acordo com o Código de Aquisições, a BHP tem até o dia 22 de maio para “anunciar uma firme intenção de fazer uma oferta pela Anglo American”.