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SGB-CPRM lança Atlas Geoquímico da Bacia do Paramirim

14/12/2021
A área abrange a região impactada pela exploração de chumbo e seus rejeitos na cidade de Boquira e arredores.

 

O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) lançou o Atlas Geoquímico da Bacia do rio Paramirim, na Bahia. Os mapas podem ser usados como instrumentos de planejamento territorial e ações sustentáveis do meio físico, e favorecer uma gestão ambiental, social e econômica mais equilibrada. O estudo aconteceu em uma área de 39.828 km², por 26 municípios baianos, além das bacias hidrográficas dos rios das Rãs, Paramirim e Santo Onofre, afluentes da margem direita do rio São Francisco. A área abrange a região impactada pela exploração de chumbo e seus rejeitos na cidade de Boquira e arredores.

O trabalho teve supervisão técnica dos pesquisadores do SGB-CPRM Eduardo Viglio e André Luís Invernizzi, em parceria com o professor José Angelo dos Anjos da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O estudo investigou a região, definindo os padrões geoquímicos, em que os elementos e compostos químicos podem existir em quantidades nocivas ou não nocivas aos seres vivos e ao meio ambiente. A estudante de Geologia Deborah Baptista também é autora da publicação. Houve coleta de amostras em vários meios e a análise de diversos elementos a partir de uma única amostra. A partir daí, foi feita associação de estudos de geologia médica com o objetivo de identificar alterações e evitar a ocorrência de doenças e intoxicações ambientais.

A pesquisa é dividida em três fases principais. Na primeira, os pesquisadores obtiveram bases, imagens e modelos digitais de elevação e geologia, seguida pela coleta de amostras de água, solo e sedimento de corrente; e, por último, a análise geoquímica laboratorial. “São coletadas amostras de água de superfície, água de abastecimento público, solo superficial, solo subsuperficial e sedimentos de fundo dos rios, com baixa densidade de amostragem onde uma amostra representa uma grande área”, afirma o pesquisador Eduardo Viglio. 

Nas amostras de solo e de sedimento são analisados 53 elementos químicos. Nas amostras de água são analisados 27 cátions (metais), sete ânions (compostos químicos) além de ser medidas as propriedades físico-químicas pH, Oxigênio dissolvido, Condutividade Elétrica, Temperatura e Turbidez. Após a chegada das análises, foi realizada a elaboração dos mapas geoquímicos, e o tratamento estatístico univariado dos dados por meio de estatística robusta, histogramas e boxplots. O conhecimento prévio dos padrões de distribuição dos elementos permite definir o grau de poluição causado pelo homem e as áreas atingidas. “O estudo segue os parâmetros criados para a elaboração do mapa geoquímico mundial com amostragem de baixa densidade. A definição de zonas nocivas à vida e ao ambiente pode permitir um melhor gerenciamento da ocupação dos espaços ainda livres”, avaliou Viglio.

O projeto tem como meta permitir uma ocupação mais racional e segura dos espaços rurais ou periurbanos. “Outro benefício do projeto é diminuir a quantidade de possíveis atingidos em desastres repentinos e de doentes em envenenamentos crônicos por baixos teores ao longo de um tempo extenso de exposição”, finalizou. Os dados digitais do projeto estão disponíveis para que sejam feitos estudos complementares por parte de empresas e universidades. Todos os trabalhos realizados podem ser encontrados no https://rigeo.cprm.gov.br/handle/doc/22505.