O planejamento do fechamento de minas é um tema estratégico para as mineradoras e foi debatido em painel comandado pelo diretor de Sustentabilidade do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Júlio Cesar Nery Ferreira, no último dia da EXPOSIBRAM 2024. O painel teve o gerente das unidades de mineração na Zona da Mata mineira da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), Christian Fonseca de Andrade; a gerente de Fechamento de Mina e Minas Paralisadas da AngloGold Ashanti Brasil, Fernanda Guabiroba; o gerente sênior de Relações Institucionais da AngloGold Ashanti, Fernando Cláudio; a diretora de Projetos de Infraestrutura e Capital na Alvarez & Marsal, Mariana Lamarca; o diretor de Gestão de Barragens e Recuperação de Áreas de Mineração e Indústria da FEAM, Roberto Gomes; e o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Roger Romão Cabral, como convidados.
Iniciando o painel, a diretora de Projetos de Infraestrutura e Capital na Alvarez & Marsal, Mariana Lamarca, explicou o lançamento do “Guia de Indicadores para Planejamento do Fechamento de Mina” e do “Guia de Critérios de Sustentabilidade para o Planejamento do Fechamento de Mina”, anunciados pelo IBRAM, em 2024. “O guia traz, de forma prática, ferramentas para as empresas conseguirem mensurar a sua maturidade em relação aos critérios estabelecidos”, afirmou. Mariana ressaltou que o manual é resultado da construção conjunta, por meio de uma pesquisa aberta, oficinas e entrevistas, para capturar iniciativas e casos de empresas nesse campo. Na sequência, o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Roger Romão Cabral, abordou a estabilidade física, química, ambiental, social e econômica como fatores principais no fechamento das minas, além do pós-fechamento e do uso futuro. “A mina começa a fechar na hora que abre. Independentemente da vida útil, temos que nos preocupar com o fechamento progressivo”, disse. Cabral salienta que isso é fundamental para garantir a sustentabilidade do empreendimento.
Para o diretor de Gestão de Barragens e Recuperação de Áreas de Mineração e Indústria da FEAM, Roberto Gomes, o fechamento de uma mina representa um legado e o que está sendo deixado para a comunidade local. “Muitos desses processos de encerramento não deixaram rastros que evidenciam o quão árduos foram, mas resultaram em frutos positivos para a comunidade, como a construção de empreendimentos utilizados para outros fins”.
Logo após, a gerente de Fechamento de Mina e Minas Paralisadas da AngloGold Ashanti Brasil, Fernanda Guabiroba, abordou o uso futuro dos territórios onde as áreas de mineração operam e apresentou o projeto “Nova Vila”, coordenado pela AngloGold Ashanti, que compreende o fechamento de duas minas que operaram por mais de uma década em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. “A ideia é que o espaço seja utilizado para múltiplos fins, úteis para a população local, com acesso a serviços, esportes, lazer e cultura, além de se tornar um atrativo para fortalecer o turismo e o desenvolvimento econômico local”, comentou. Também da AngloGold Ashanti, o gerente sênior de Relações Institucionais, Fernando Cláudio, salientou a importância de as mineradoras criarem um modelo de negócio para alavancar projetos como esse, ressaltando as múltiplas parcerias estabelecidas para dar seguimento à iniciativa. Cláudio reafirmou que “Nova Vila” será plenamente aberta ao uso da sociedade: “Vamos permitir o acesso de toda a população a equipamentos de qualidade, voltados à valorização da cultura”, garantiu.
Ao final, o gerente das unidades de mineração na Zona da Mata mineira da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), Christian Fonseca de Andrade, afirmou que o trabalho realizado pela companhia tem como meta viabilizar o encerramento das operações, por meio de estudos ambientais, além da CBA conduzir processos de licenciamento em diversos estágios, lavrando, desenvolvendo e reabilitando as minas. “A nossa operação é progressiva na sua essência”, assegurou. Christian enfatizou que, após os encerramentos, já se inicia o processo de reconformação topográfica, e destacou a rápida reabilitação ambiental nas áreas em que a empresa opera, destinadas à produção agrícola.