65% dos líderes querem integrar metas de descarbonização

06/12/2024
Os dados mostram que a descarbonização eficaz pode revolucionar a eficiência e a lucratividade dos negócios

 

O estudo da KPMG ‘2024 Global Metals & Mining Outlook’ (Panorama Global do Setor de Metais e Mineração 2024) identificou que 65% dos líderes brasileiros do setor mineral afirmaram que a maneira mais eficaz de as empresas que eles comandam atingir as metas de descarbonização é integrá-las à estratégia corporativa. Para isso, 43% dos executivos pretendem transformar a pegada de carbono nas operações por meio de investimentos em tecnologia e o mesmo percentual tem a intenção de ampliar os recursos em pesquisa e desenvolvimento. O levantamento ouviu 46 executivos do Brasil dentro de uma pesquisa mundial, num total de 450 participantes. “Os dados mostram que a descarbonização eficaz pode revolucionar a eficiência e a lucratividade dos negócios e os líderes reconhecem que a indústria enfrenta grandes desafios para alcançar os objetivos de descarbonização. Ficou claro também a necessidade de investimento em sustentabilidade, tanto pelos benefícios ambientais quanto pelos ganhos operacionais, porque é a chave para a excelência operacional e promete maior resiliência, agilidade e uma economia sustentável”, analisa o sócio-líder do setor de energia e recursos naturais da KPMG no Brasil e na América do Sul, Manuel Fernandes.

43% dos entrevistados afirmaram que para alinhar as operações das empresas às metas de descarbonização é necessário transformar o modelo operacional, enquanto 41% mencionaram a importância de se revisar as práticas de alocação de capital e outros 39% responderam sobre a expansão do portfólio de energias renováveis. Em dois anos, eles anunciaram que pretendem ainda priorizar o estabelecimento de novos indicadores de desempenho, eficiência e gestão de mudanças e a implementação de sistemas de tecnologia da informação para poder medir esses dados, cada uma das respostas com 50%.

Dentre os principais desafios respondidos no estudo estão a resistência organizacional à adoção de novos modelos de negócios e tecnologias capazes de promover a criação de valor (52%), deficiências na infraestrutura digital (48%) e as políticas governamentais e regulamentações (46%). “Essa inércia pode ser prejudicial para um setor que depende fortemente de inovações, especialmente, em um contexto em que a demanda por eficiência energética e a redução de emissões são cada vez mais urgentes. Além disso, a falta de infraestrutura digital agrava a situação, pois limita a capacidade de implementação de tecnologias que poderiam reduzir a pegada de carbono”, alerta o sócio-líder de mineração da KPMG no Brasil, Juan Padial. 

Para 70% dos líderes de mineração, o método mais eficaz para alcançar emissões líquidas zero é investir em tecnologias novas e relevantes, como aquelas que reduzem as emissões de carbono na produção de aço. Metade deles aposta na alavancagem das capacidades logísticas e de transporte, enquanto 46% indicam a importância de contratar profissionais capacitados. Entre os principais desafios que enfrentam para implementar as tecnologias mais recentes, 46% dos executivos apontaram a escassez de habilidades, estrutura de gestão altamente complexa e a dificuldade em mensurar o retorno sobre o investimento, mencionada por 37%.