CRM é investigada por fraude em licitação

16/08/2023
A apuração constatou que três caminhões comprados em julho de 2022 já estavam sem uso em novembro
Operaçao da CRM no Sul

 

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga suposto direcionamento de licitação na Companhia Riograndense de Mineração (CRM). A apuração constatou que três caminhões comprados em julho de 2022 já estavam sem uso em novembro, em função de defeitos. Os veículos foram adquiridos por R$ 2,1 milhões de uma empresa que teria sido beneficiada no negócio.

Nesta quarta, 16 de agosto, a Polícia Civil foi até a casa do presidente da companhia, o engenheiro Melvis Barrios Junior, e na sede da CRM, em Porto Alegre para realizar buscas. Um dos alvos dos mandados de busca e apreensão foi preso em flagrante por ter em casa armas e barras de ouro. No caso de pagamento de fiança, será liberado.

Em novembro de 2022, depois de receber denúncias anônimas sobre má gestão de dinheiro público pela companhia, uma auditoria especial da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage) verificou a situação dos caminhões comprados pela CRM. A apuração interna detectou anormalidades no processo de compra e defeitos nos veículos, e enviou o caso para a 1ª Delegacia de Combate à Corrupção do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).  “A investigação começou com a Cage, um órgão de fiscalização do Estado, e foi enviada para a polícia, que faz parte desta engrenagem de combate à corrupção. Temos ótima parceria com os órgãos de fiscalização, inclusive, convênio com a Cage para facilitar essa troca de informações. Esse tipo de fraude, de direcionamento a partir de contatos prévios, é muito comum”, disse a delegada Vanessa Pitrez, diretora do Deic.

A polícia aprofundou o que havia sido indicado pela auditoria e, na operação Off Road, deflagrada esta semana, coletou documentos, telefones celulares e notebooks para análise. Na última terça-feira (15), mandados de busca e apreensão foram realizados na CRM em Candiota, nas casas de servidores e de dois empresários investigados. Sobre os defeitos dos caminhões, a auditoria do Cage informou que quando foram entregues em julho de 2022, os caminhões já apresentaram defeitos e necessidade de manutenção. Em novembro, estavam sem uso, segundo a Cage.

 

Outro lado

 

Por meio de uma nota assinada pelo Eng. Civil, Melvis Barrios Junior, Diretor-Presidente da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), a empresa informa que em relação à operação da Polícia Civil, sobre suposto direcionamento de licitação, ela alega que o processo licitatório para aquisição de veículos foi realizado de forma transparente, seguindo todos os ritos previstos, dentro da legalidade e com a aprovação do Conselho de Administração, Diretoria Executiva e Departamento Jurídico.

Os equipamentos adquiridos foram contemplados via edital, que atendeu ao requisito de menor valor para a escolha da empresa. Ainda assim, a partir do conhecimento das suspeitas levantadas, a CRM está aberta para colaborar com as investigações da Polícia Civil, de forma a confirmar ou não eventual ocorrência de irregularidade para adotar as medidas cabíveis.

Direto da Fonte