A Teoria Heliocêntrica e o segredo da felicidade

23/04/2024
Você já parou para pensar em uma ‘Teoria Heliocêntrica do Sucesso’?

 

Filósofos do século XV aceitavam o geocentrismo como fora estruturado por Aristóteles e Ptolomeu. Esse sistema afirmava, corretamente, que a Terra era esférica, mas também afirmava, erroneamente, que a Terra estaria parada no centro do universo enquanto os corpos celestes orbitavam em círculos concêntricos ao seu redor, ou seja: A Terra era o centro do universo. Em 1541, Nicolau Copérnico publicava sua ‘Teoria Heliocêntrica’, onde postulava que na verdade a Terra se movia ao redor do Sol. Alguns anos depois, Galileu Galilei defendia a Teoria Heliocêntrica e era seriamente desafiado pelas instituições da época, que ainda defendiam a concepção da Terra ser o centro do Universo.

Mudar nunca é facil, todos nós passamos por mudanças e temos muitas histórias para contar sobre esse processo e a desconfiança que sempre existe frente às promessas embaladas na mudança.

Muitos de nós tentamos seguir a ‘receita de sucesso’ que aprendemos de outras gerações: Estude muito e trabalhe duro – os resultados aparecerão, e aí então você será feliz.

Você já parou para pensar em uma ‘Teoria Heliocêntrica do Sucesso’? Será que realmente a ordem dos eventos descrita acima é a mais eficiente? Recentemente venho refletindo e estudando bastante sobre esse tema, e estou chegando à conclusão de que temos que revisitar esse conceito de sucesso.

Aqueles que me conhecem há mais tempo, ou que trabalham comigo, já me ouviram falar insistentemente que ‘... devemos ser felizes...’. Sempre usei essa frase tentando dizer que constantemente temos que procurar elementos que nos deixem felizes – trabalho, projetos, hobbies, parceiros para a nossa vida… investindo energia e nos dedicando para essas áreas. Apesar de sempre falar disso, confesso que até algum tempo atrás seguia fielmente a equação ‘trabalho duro gera sucesso, sucesso gera felicidade’.

Convido vocês a refletirem sobre essa equação, pois mais do que nunca estou convencido de que o ‘centro do universo’ é a felicidade. Quando estamos felizes seremos mais eficientes, criativos, produtivos e com isso o sucesso virá. Assim, o centro de tudo – e a nossa prioridade – deve ser acharmos formas de nos tornarmos mais felizes.

E daí podemos considerar uma série de elementos, que gostaria de explorar nesta Coluna no futuro, mas compartilho com vocês alguns que funcionam muito bem para mim:

- Focar nas áreas que temos controle: Filosofia milenar que nos sugere que se prestarmos atenção nos pontos controláveis, não só temos a chance de impactar de forma positiva o futuro, mas também facilitamos o processo de aceitação de um resultado não desejado. Focar nas áreas sob nossa influência também nos leva a nos aprofundarmos em áreas específicas do conhecimento.

- Por falar em conhecimento... Trabalhe na sua assinatura de conhecimento – invista tempo entendendo algo que você faz bem, e trabalhe essa skill. Na minha experiência esse exercício traz segurança nas interações, e cria um círculo virtuoso onde pode-se melhorar o que já se faz muito bem.

- Medite: Por mais difícil que possa ser. Aqui também outra prática milenar com vasto embasamento científico que traz mais calma, autoconhecimento e felicidade. Apenas poucos minutos por dia podem fazer uma grande diferença.

- Pratique sua crença: Religiões e crenças podem variar bastante, mas pouquíssimas delas desviam do objetivo-mor de fazer o bem. Ao praticar o bem você também gera felicidade, e aqui com um efeito multiplicador: felicidade para si e para o próximo.

- Exercite-se: Mais uma vez, provado cientificamente que ao exercitarmos nossos corpos geramos endorfina, que por sua vez inibe estresse, irritação e contribui para o bem-estar físico e mental. Aqui também temos um círculo virtuoso – exercitamos, temos uma vida mais longa, conseguimos praticar mais o bem, temos mais felicidade por mais tempo.

- Tenha hobbies: – Aqui temos uma mistura de ‘Praticar o Bem’, ‘Trabalhar sua Assinatura de Conhecimento’ e ‘Exercitar’ – pois quando achamos o hobbie certo, estamos fazendo algo que gostamos, aprendemos continuamente e ainda geramos mais endorfina.

Finalmente, invista todo o tempo possível em autoconhecimento (vamos escrever uma coluna sobre isso em breve). Todos nós temos nossos viéses (mais um tema para esta coluna!), nossas preferências, nossos ‘pontos cegos’. Quanto mais conhecemos esses aspectos sobre nossas personalidades, mais estaremos preparados para reagir da forma adequada aos diversos desafios que temos pela frente. Autoconhecimento também ajuda a aproximar as pessoas, e é um caminho para encontrarmos felicidade nas nossas relações interpessoais.

Estou convencido de que a equação do sucesso deve ser ajustada. É crucial investirmos tempo entendendo formas de nos tornarmos mais e mais felizes. Quando estamos felizes tudo flui ao nosso favor – e o sucesso torna-se consequência. (Paulo Castellari Porchia)

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