Seminário destaca retomada do programa nuclear brasileiro
Durante o seminário “Mineração de Urânio – Perspectiva de Mercado e Regulação” realizado dia 5 de dezembro, o engenheiro de minas Porfirio Cabaleiro destacou a importância do evento e o momento oportuno em que se debate no contexto da transição a retomada do programa nuclear brasileiro para produzir energia limpa e de baixo carbono. “Fico contente desse movimento de novo entrando em pauta, que acho muito importante para o Brasil e para o mundo”. Segundo Cabaleiro, o debate do seminário trouxe muita novidade e esperança para o setor urânio no Brasil.
Atualmente, Porfírio é sócio da consultoria mineral GE21, que atua na operação da mina de urânio de Poços de Caldas (MG), a primeira no País, e depois da mina Lagoa Real, (BA), que é a principal fonte de urânio no Brasil, responsável por abastecer as usinas de Angra (RJ). Porfirio cuidou de grande parte do acervo das reservas de urânio no Brasil quando trabalhou na INB entre 1996 e 2024. Ele continua contribuindo com sua expertise técnica em minerais estratégicos, incluindo a gestão de projetos e auditorias de padrões internacionais, como os aplicados a recursos de urânio.
Para Porfírio, a retomada do programa nuclear brasileiro pode impulsionar pesquisas de urânio para produzir energia limpa e de baixo carbono. O especialista comentou ainda a entrada da GE21 no mercado argentino. A empresa acaba de anunciar abertura de uma filial em Buenos Aires porque acredita que a Argentina deve receber grandes investimentos devido às suas significativas reservas minerais e ambiente favorável para novos projetos. “É uma alegria muito grande poder abrir na América do Sul, em um país irmão, sendo a Argentina, que está num crescente e numa revolução interna econômica muito importante. Eu acho que ela vai ser a origem ou destino de grande capital e investimento em mineração no mundo”, avalia.
A regulamentação da Lei 14.514/2022, que permite maior participação privada no setor, além da relevância de parcerias público-privadas para impulsionar investimentos e promover um ambiente regulatório eficiente foi um dos temas debatidos por especialistas, que também discutiram as possibilidades de o Brasil expandir sua liderança no mercado global de urânio, considerando suas grandes reservas e a crescente demanda por energia limpa. Promovido pela Comissão de Direito Minerário da OAB-DF e a Agência Minera Brasil, contou com a participação de autoridades, especialistas do setor nuclear e de mineração, além de representantes de empresas e instituições públicas.