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Fertilizante natural é alternativa a importações

16/02/2022
Brasil mantém uma crônica dependência da importação de insumos para atender à demanda por fertilizantes.

 

Os fertilizantes ainda são o “calcanhar de Aquiles” do Brasil, na opinião de Luís Maurício Azevedo, diretor-executivo da Harvest Minerals, empresa que está desenvolvendo soluções diferenciadas para fertilização de solos no Brasil. Ele diz que, apesar do forte crescimento do agronegócio, o Brasil mantém uma crônica dependência da importação de insumos para atender à demanda por fertilizantes. “Até porque nossas terras têm capacidade de produzir culturas – dois ou três ciclos por ano em algumas áreas – que demandam muita fertilidade, porque não temos solos ricos. Então, acho que essa demanda toda que temos de fertilizantes de certa forma ajudou a desenvolver alternativas”, diz ele. 

Nessa linha, acrescenta o empresário, foi muito positiva a entrada dos remineralizadores e fertilizantes naturais, fomentada e incentivada pela Embrapa. “Isso, inclusive, está em linha com tudo aquilo que o mundo moderno quer, que são fertilizantes naturais, sem a carga química que muita gente questiona. E tem o seu lado bom, porque são alternativas baratas e, principalmente, estão perto dos produtores agrícolas”. 

Mas o uso dessas alternativas demandava inovações, apresentava desafios e foi isso que atraiu a Harvest Minerals, de acordo com o dirigente. “Tivemos muito apoio dos stakeholders locais no sentido de que todo o processo de pesquisa e licenciamento foi muito apoiado pela comunidade do Sul de Minas Gerais, principalmente na parte ambiental. Também são atividades de pouquíssimo risco e acho que isso foi percebido pela agência ambiental de Minas Gerais. Não usamos água nem barragem, não geramos rejeito. Tudo o que produzimos é consumido”. 

Ele informa que no caso da Harvest o processo levou apenas cinco anos, entre pesquisa e operação. E o produto teve tanta aceitação, que a cada ano a empresa aumenta sua produção em 50%. “Começamos com 25 mil toneladas no primeiro ano, 50 mil t no segundo, em 2021 chegamos a 100 mil t e em 2022 vamos para 160 mil t”.

Parceria com universidades 

Diferentemente da maioria dos atores que atuam no suprimento de insumos para agricultura, a empresa informa que procurou desde o início uma aproximação com as universidades, “porque não queremos simplesmente vender um produto, mas uma solução. Estudamos cada tipo de cultura, qual a melhor dosagem e qual o local onde está sendo aplicado. Não é simplesmente produzir uma rocha rica em potássio, fósforo, cálcio, magnésio, micronutrientes e jogar no solo. Analisamos o que temos, dosamos e, inclusive, pedimos a complementação. Então tem um trabalho científico muito grande por trás. E acho que isso é o futuro”, diz Azevedo, acrescentando que várias pessoas passaram a acreditar na solução, mesmo porque se o produto for usado corretamente, a produtividade alcança os mesmos níveis do fertilizante convencional.

Ele explica que, além de fazer o trabalho científico com apoio das universidades, a empresa resolveu desenvolver, ela própria, o produto internamente, através de fazendas experimentais. “Fizemos isso com várias culturas e no segundo ano que estamos produzindo café nós ganhamos o prêmio de sexto melhor café do Cerrado na região de Patos de Minas/Patrocínio, que é a região maior produtora de café do sul de Minas. Ou seja, em muito pouco tempo já estamos amealhando prêmios e com classificações de produtividade, qualidade e, principalmente, grande reconhecimento por parte do produtor rural”, conclui o diretor.