Brasil e Arábia Saudita terão parcerias em P,D&I na mineração

25/07/2024
O ministro da Indústria e Recursos Minerais do Reino da Arábia Saudita disse que o país pretende diversificar a base industrial e reduzir a dependência do setor petrolífero

 

Os governos do Brasil e Arábia Saudita iniciaram debate para desenvolver parceria em pesquisa, desenvolvimento e inovação voltada aos setores da indústria e mineração. A possibilidade de cooperação entre os dois países foi tema de audiência entre a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e o ministro da Indústria e Recursos Minerais do Reino da Arábia Saudita, Bandar Alkorayef. O encontro aconteceu na quarta-feira, dia 24 de julho. “Algumas iniciativas da Arábia Saudita vão ao encontro das seis missões do Nova Indústria Brasil, principalmente as relacionadas à sustentabilidade e à transformação digital”, comentou Luciana.

A ministra explicou que o programa brasileiro que será implementado nos próximos dez anos abrange seis setores para estimular o desenvolvimento sustentável, com mais investimento, produtividade, exportação, inovação e empregos. O investimento do MCTI, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), no Nova Indústria Brasil (NIB), no total de R$ 41 bilhões, será focado em inovação e em infraestruturas de pesquisa e desenvolvimento. Luciana Santos também apontou iniciativas do MCTI em setores estratégicos como mineração e energias renováveis. “Nosso foco é no desenvolvimento de tecnologias para o uso sustentável dos recursos, com eficiência e que aprimorem os processos industriais”, afirmou. A ministra reforçou ainda que o Brasil é um dos países com a matriz energética mais limpa e renovável entre as principais economias do mundo. Como exemplos, citou a produção expressiva de etanol, em torno de 30 bilhões de litros por ano, de biodiesel, biometano e o Programa Nacional de Hidrogênio.

O ministro da Indústria e Recursos Minerais do Reino da Arábia Saudita disse que o país pretende diversificar a base industrial e reduzir a dependência do setor petrolífero. Para o representante saudita, o programa Visão 2030 do país é focado nos setores industrial, mineração e de exportação, com o objetivo de transformar o país em uma potência nessas áreas, além de uma plataforma logística global. “O governo da Arábia Saudita olha com admiração todo o desenvolvimento alcançado pelo Brasil, especialmente nos setores de indústria, mineração e energias renováveis”, declarou Bandar Alkorayef. Segundo ele, a exploração de minérios ao redor do mundo é feita de forma desigual, por isso é importante criar parcerias estratégicas e ampliar a colaboração entre países, tanto os que produzem quanto os que utilizam minerais.

O ministro Bandar Alkorayef reforçou que o enfrentamento aos desafios no setor de mineração inclui a adoção de novas tecnologias e a cooperação estratégica com outros países. “Damos muito importância à possibilidade de estabelecer parcerias com o Brasil pelo potencial e experiência tecnológica do país nessa área”, reconheceu. O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Guila Calheiros, frisou que o papel do ministério é contribuir com o conhecimento para os setores industrial e de mineração. Segundo ele, a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação buscam melhorar a eficiência na produção mineral e também foca em minerais estratégicos e terras raras.

Guila Calheiros apontou que o setor de mineração do Brasil hoje tem a preocupação em respeitar as boas práticas ESG. “Dentro do programa Nova Indústria Brasil estamos trabalhando no respeito e na proteção ao meio ambiente, com exploração de forma sustentável e preocupada com o desenvolvimento social”, afirmou. O secretário sugeriu a possibilidade de estabelecer cooperações bilaterais com a participação de instituições de pesquisa do Brasil e das agências de financiamento do MCTI, Finep e Embrapii. Ao final da reunião os dois ministérios se comprometeram a dar início às tratativas para discutir possibilidades de cooperação, que deverão incluir visitas a instituições dos dois países e a formação de um grupo de trabalho bilateral.

Direto da Fonte