Scania lança linha Super XT e vê mercado com otimismo

04/12/2023
A linha de caminhões pesados para o segmento off-road, agora com um novo trem de força desenvolvido para condições severas.

 

Por Mara Fornari 

Com o compromisso de “entregar soluções de transporte com maior eficiência energética, garantindo ao cliente economia de combustível e maior disponibilidade do veículo”, a Scania incrementou a linha de caminhões pesados voltada ao segmento off-road, agora com um novo trem de força desenvolvido para condições severas de operação, como na mineração e no transporte da cana-de-açúcar. Os novos veículos XT completam o portfólio da linha Super, lançada pela empresa no Brasil no final de 2022.

Durante o lançamento realizado dia 1º de dezembro, que ocorreu de forma global, Paulo Moraes, Vice-Presidente de Vendas e Marketing da Scania para a América Latina, relatou que a empresa adota o princípio da melhoria contínua e um sistema modular de produtos: “por isso, num primeiro momento, preparamos nosso sistema industrial para atender aplicações rodoviárias e agora avançamos para as operações mais pesadas e fora de estrada”.

A novidade está alinhada aos padrões Proconve P8/Euro 6 com o maior torque do mercado para motores de 13 litros. “Ocupamos uma posição de destaque em operações tipicamente pesadas e fora de estrada, tais como mineração e transporte de cana-de-açúcar. Com a chegada da linha Super para o segmento, vamos trazer um novo patamar de economia operacional para o transportador, o que nos dará condição de manter a liderança de mercado nestas aplicações”, complementa o executivo.

A nova caixa de câmbio vem com uma sessão planetária reforçada, chamadas G25CH e G33CH, é menor e tem carcaça produzida em alumínio, o que reduz o seu peso em até 80 quilos comparado à geração anterior. Além disso, o novo escalonamento das marchas auxilia o arranque em situações extremas, como em rampas e com alto peso no veículo. Outras vantagens apresentadas são a contribuição na economia de até 8% de combustível (em relação a geração anterior), menor custo por tonelada transportada, e mais segurança ao motorista.

De acordo com Moraes, “os novos motores e caixas de câmbio passaram por melhorias em seus componentes, auxiliando na redução do atrito interno e utilizando lubrificantes de última geração. Essa mudança também traz componentes com maior durabilidade e com maiores intervalos entre as paradas necessárias para manutenção e reparos. Ou seja, é o caminhão mais tempo disponível ao cliente para trazer receita”.

Na mineração, a linha Super chega com os modelos G 460 6x4 e G 560 8x4 Heavy Tipper – ambos de motor 13 litros – e R 660 V8 10x4 Heavy Tipper (16 litros).

 

Sustentabilidade

 

Em tempos de descarbonização, até pode parecer contrassenso o lançamento de um motor a combustão interna. Mas Moraes esclarece que “liderar uma mudança para um ecossistema de transporte mais sustentável não pode ser uma promessa que não seja viável para o cliente. A Scania não vai fazer sozinha essa transição. O produto Super faz um melhor uso do diesel, com 8% de ganho, um grande passo na direção da descarbonização. O transporte comercial pesado tem sua parcela na geração de emissões e quando nos propomos a fazer soluções energéticas eficientes, começando pelo diesel fóssil, levamos isso a sério”.

A Scania tem duas metas baseadas na ciência: a primeira, de escopo 1 & 2, que implica na redução de 50% de CO2 em suas operações até 2025 (em relação a 2015); a segunda, de escopo 3, prevê a redução de 20% de CO2 na frota circulante até 2025. A primeira meta já foi atingida e o desafio é não deixar retroagir. Para ajudar a alcançar a meta 2, o lançamento do Super XT traz a concepção de melhorar a eficiência energética, para ajudar na transição que passa pelo gás, biometano, renováveis e até mesmo a eletrificação, que está chegando. A transição precisa ser realizada de maneira consistente e viável financeira e economicamente para o cliente.

Para o desenvolvimento do Super, a Scania investiu 2 bilhões de Euros na Europa. Para industrializar a nova proposta no Brasil, o investimento foi de R$ 1 bilhão – a área fabril teve uma ampliação de 72% (fábrica de motores), chegando a uma área de 43 mil m². O Centro de Usinagem e Montagem é o mais avançado da América Latina. Se somando a esses números o envolvimento de 700 colaboradores e mais de 7 mil horas de treinamento para a entrega do novo produto. Há pouco mais de um mês, a Scania investiu também R$ 65 milhões no armazém de peças localizado em Vinhedo (SP), o que reforça o compromisso da montadora com a disponibilidade para a solução Super.

A motorização a gás permanece em curso e faz parte do portfólio da Scania, para ônibus e caminhões, com novidades a serem anunciadas no próximo ano. Mas o diesel não vai desaparecer e, para a montadora, o fundamental é garantir que motores com combustão interna tenham maior eficiência, com otimização de rotação, entrega de torque e qualidade técnica. 40% do custo de operação de uma frota está relacionado ao consumo de diesel e a linha Super já garante uma redução de pelo menor 8%, um grande ganho econômico.

 

Otimismo para 2024

 

Fabricio Vieira, gerente de vendas de Soluções Off-Road da Scania Operações Comerciais Brasil, informa que o segmento de caminhões off-road para os setores de cana-de-açúcar, madeira, construção e mineração, deve encerrar o ano de 2023 com uma média de 17 mil unidades comercializadas, cujo share da Scania corresponde a 33%, ou aproximadamente 4,5 mil unidades.

As projeções de entidades ligadas a estes segmentos para o próximo ano indicam um aumento de 5% em suas atividades, devido ao aumento de produção de minério, às novas plantas do segmento florestal, ao aumento da moagem de cana e aos investimentos do PAC. Mas a Scania acredita que o mercado estará ainda melhor: “já temos vendidos 1.017 caminhões off road para serem entregues ainda no primeiro semestre de 2024. Este já é o melhor primeiro semestre de vendas de veículos pesados da Scania em toda a sua história. Dentre eles, 115 já são do novo 560 G 8x4 XT Heavy Tipper Super para a mineração”, diz Fabrício, reforçando que “o mercado está comprador” e que a nova linha Scania Super Off-Road vai oferecer um custo total de operação imbatível para os clientes.

O entusiasmo relacionado ao setor de mineração, onde a Scania já possui market share de 35%, se deve aos investimentos já anunciados pelo setor de US$ 50 bilhões até 2027, especialmente nos estados de Minas Gerais, Pará e Bahia; e aos investimentos em metais para transição energética (cobre e níquel). Fabricio garante que essa fatia de 35% de share pode chegar a 45% - “trabalhamos para isso”. Segundo a Scania, os principais modelos que irão puxar as vendas em 2024, por segmento, serão: 560 G 8x4 XT Heavy Tipper Super (mineração), 560 G 6x4 XT Super (canavieiro), 560 G 6x4 XT Super (madeireiro) e 460 G 6x4 XT Super (construção). 

 

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