EuroChem inaugura complexo Salitre, de US$ 1 bilhão, que reduz dependência em 15%

13/03/2024
Com 1 milhão t/ano de fertilizantes fosfatados, complexo contribui para reduzir dependência brasileira em 15%.

 

Com a presença do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin, do governador Romeu Zema, dos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Carlos Fávaro (MAPA) e várias outras autoridades, foi inaugurado, dia 13 de março, o Complexo Mineroindustrial de Serra do Salitre, o primeiro projeto verticalizado do grupo Eurochem fora da Europa. Localizado na região do Alto Paranaíba, Minas Gerais, o complexo, no qual o grupo investiu mais de US$ 1 bilhão -- incluindo o valor pago pela aquisição do empreendimento da Yara -- compreende atividades de mineração, beneficiamento, produção e distribuição de fertilizantes fosfatados e tem capacidade para produzir 1,2 milhão toneladas/ano de concentrado fosfático, 1 milhão toneladas/ano de ácido sulfúrico e 250 mil toneladas/ano de ácido fosfórico, além de 1 milhão de toneladas/ano de fertilizantes fosfatados. Com o empreendimento, o grupo EuroChem contribuirá para que o Brasil reduza em 15% a dependência de importações de fertilizantes fosfatados. O complexo Salitre produzirá, dentre outros, três fertilizantes essenciais à agricultura: SSP (Super Simples), TSP (Triplo Simples) e MAP (Fosfato Monoamônico) que abastecerão as lavouras de soja, milho e cana-de-açúcar, principalmente.

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De acordo com Gustavo Horbach, diretor-presidente da EuroChem para a América do Sul, “trata-se de um ativo extremamente estratégico, pois transforma a EuroChem em um player importante na produção de fertilizantes no Brasil e na América do Sul. Estamos alinhados com o Plano Nacional de Fertilizantes, contribuiremos com o fortalecimento da competitividade do setor e, consequentemente, com a soberania alimentar do país”.

Ocupando uma área de 20 milhões de metros quadrados, o complexo do Salitre é composto por uma mina a céu aberto, com reservas de 350 milhões t de minério com teor de 4,5% de P2O5, que seria suficiente para uma vida útil de 25 anos, na escala atual, uma planta de ácido sulfúrico, com capacidade de 1 milhão t/ano, e outra de ácido fosfórico, além de unidades de acidulação e granulação.

“O complexo terá capacidade de distribuir fertilizantes fosfatados de alta qualidade para todo o país. Por conta de questões logísticas, devemos ser ainda mais competitivos nas culturas agrícolas de MG, GO, SP, MS e MT, afirma David Crispim, diretor de operações do Complexo de Salitre. Com a produção do complexo, a EuroChem deve ampliar sua participação no mercado nacional de fertilizantes, que hoje ainda depende cerca de 85% de importações.

Durante a fase de implantação, foram engajadas nas obras cerca de 3.500 pessoas e para a operação a empresa contará com 1.500 funcionários, sendo boa parte da região, o que requereu investimentos em programas de treinamento., em parceria com o Senai.

“Vislumbrando a importância da unidade, foram aportados grandes investimentos e alocados os melhores recursos para concluir o projeto dentro do menor tempo possível. Estamos inaugurando o complexo antes do cronograma previsto, mas vale destacar também que avançamos sem renunciar à segurança, um valor inegociável para a Companhia. Celebramos a marca de dez milhões de horas trabalhadas em segurança no projeto”, completa Horbach.

Ele acrescentou destacou que a planta nasce dentro do conceito de economia circular, com características técnicas que possibilitarão o reaproveitamento de subprodutos oriundos do processo produtivo e que poderão ser vendidos ou reintegrados à operação, como gesso e torta de fosfato, por exemplo.  Além disso, a operação vai reutilizar 100% de água dos processos produtivos e gerar cerca de 45% de energia própria, com o reaproveitamento dos gases da planta de sulfúrico. Outras ações incluem o monitoramento e controle de qualidade e vazão de água de córregos do entorno, recuperação de nascen­tes de água, programa de reflorestamento, criação e manutenção de Áreas de Preservação Permanente, Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN) e moni­toramento da qualidade do ar.

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Horbach disse ainda, na inauguração, que a EuroChem está comprometida com o Brasil no sentido de reduzir as importações de fertilizantes para suprir a agricultura e que Salitre “não será o último projeto da EuroChem no País”. Atualmente, dos mais de 20 milhões t/ano de fertilizantes que a EuroChem produz globalmente, cerca de 30% são destinados ao Brasil.

“Inauguramos a operação de uma nova planta integrada de fertilizantes, e isso significa extração de minério, beneficiamento e transformação em uma única operação, para levar fertilizante ao nosso campo. Temos trabalhado por uma mineração mais segura, socialmente justa e ambientalmente sustentável”, afirmou o ministro Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, na cerimônia.

O vice-presidente e titular do MDIC, Geraldo Alckmin, disse que o projeto ajuda a avançar nas metas do Plano Nacional de Fertilizantes e anunciou algumas medidas para incentivar o setor, enquanto o presidente Lula disse não entender por que o Brasil que avançou tanto em tecnologias e inovação para o agronegócio, continua dependente de importações de fertilizantes.

Brasil Mineral publicará, em sua edição de março, matéria completa sobre o complexo Serra do Salitre.

Sobre a EuroChem

Um dos líderes globais do segmento de fertilizantes e um dos únicos produtores dos três principais macronutrientes da agricultura (nitrogênio, fósforo e potássio), o grupo EuroChem está verticalmente integrado com atividades que abrangem mineração, produção, logística e distribuição de fertilizantes, atuando da mina à mesa e empregando mais de 30 mil pessoas em instalações de produção na Europa, Ásia e Comunidade dos Estados Independentes (CIS). Seus produtos estão em mais de cem países.

Na América do Sul, além de Salitre, o grupo tem presença comercial em todos os estados brasileiros com as 22 unidades de mistura e distribuição da EuroChem Fertilizantes Tocantins e da Fertilizantes Heringer, da qual detém o controle acionário. E, na Argentina, com a EuroChem Emerger Fertilizantes. 

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