Frente Parlamentar quer fortalecimento da ANM

18/04/2023
Frente quer priorizar projetos que tratam do fortalecimento e estruturação da Agência Nacional de Mineração

 

A Frente Parlamentar da Mineração Sustentável (FPMin), criada para debater e apresentar propostas para o futuro da mineração no Brasil e presidida pelo deputado federal Zé Silva, decidiu, em sua primeira reunião, priorizar projetos que tratam do fortalecimento e estruturação da Agência Nacional de Mineração (ANM), responsável por regular e fiscalizar o setor mineral no Brasil. A ANM entrou em funcionamento em 2018, mas, de acordo com representantes da autarquia, está com defasagem remuneratória e tem sofrido intensa evasão de servidores a cada ano. Segundo dados da própria ANM apresentadas no relatório da agência, 2.121 cargos estão vagos e apenas 664 ocupados. “O setor mineral é estratégico para o nosso desenvolvimento, principalmente neste momento de transição energética e de novas tecnologias voltadas para a sustentabilidade, porém precisamos garantir a segurança do processo, fortalecendo a ANM com os recursos humanos e a estrutura necessária para a realização efetiva das suas atividades”, defendeu o deputado Zé Silva.

A mineração brasileira tem faturamento de R$ 250 bilhões e responde por mais de 2,5 milhões de empregos diretos e indiretos, além de mais de 7.300 empresas e microempreendedores individuais no setor, que produziram, em 2022, 1,05 bilhão de toneladas. Por outro lado, a ANM foi inserida na lista de alto risco para Administração Pública Federal do Tribunal de Contas da União, por não ter estrutura mínima para cumprir suas atribuições.

Para mudar esse cenário, o vice-presidente da frente no Senado, senador Zequinha Marinho, afirmou que os parlamentares da FPMin estão mobilizados para derrubar os vetos nº 5 e nº 64, no Congresso. Os vetos tratam da recomposição salarial e de pessoal da ANM, além da reativação do Fundo Nacional da Mineração (FUNAM), destinado ao financiamento das atividades da ANM e ao incentivo de estudos e projetos de pesquisa relacionados ao desenvolvimento tecnológico e inovação do setor mineral, entre outros. Outro ponto sugerido pela Frente é a aprovação do Projeto de Lei 149/22, que proíbe o contingenciamento de 7% dos valores recolhidos e cobrados a título de Compensação Financeira para Exploração de Recursos Minerais (CFEM), entendida como royalties da mineração, destinados para composição orçamentária da ANM.

A deputada Greyce Elias, coordenadora da FPMin e umas das autoras do PL, alega que a proposta também retira a intermediação do Ministério de Minas e Energia no repasse das verbas à ANM, reforçando a autonomia orçamentária e organizacional da agência e fortalecendo sua capacidade institucional. “Essas mudanças vão resultar em procedimentos administrativos mais céleres, maior arcabouço fiscalizatório às atividades de grande porte, redução do custo regulatório do setor, rapidez na produção e revisão de normas e resolução de conflitos”, avaliou a parlamentar.

A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados também debateu a questão da necessidade de fortalecimento da ANM em sessão no dia 18 de abril.

Direto da Fonte