Consumo de produtos cresce 10,2% no primeiro semestre
A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) divulgou que o consumo de produtos de alumínio atingiu 788 mil toneladas no primeiro semestre de 2024, um crescimento de 10,2% sobre o mesmo período de 2023. O resultado marca ainda o terceiro trimestre consecutivo em viés de alta do setor. Os principais segmentos consumidores de alumínio no País - embalagens, transportes, eletricidade, construção civil e bens de consumo registraram incremento na comparação com o mesmo semestre do último ano.
O segmento de eletricidade subiu 15% graças à alta demanda de cabos por conta do aumento da demanda por distribuição de energia e impulsionado pela expectativa de grandes investimentos em novas linhas de transmissão. O alumínio é usado em fios e cabos elétricos devido à sua alta condutividade e menor peso em comparação com outros metais como o cobre. O segundo segmento que mais consumiu foi a Construção Civil, 13%, principalmente pelo aumento das concessões de crédito para o setor habitacional, da retomada de projetos imobiliários, financiados com recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) ou FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), especialmente em um cenário de déficit de habitação no país. Além disso, a busca por construções mais sustentáveis e eficientes tem impulsionado o uso do alumínio em fachadas, esquadrias e sistemas de ventilação.
Os segmentos de Bens de consumo e Embalagens cresceram 9% cada, sendo que o primeiro teve melhora da produção doméstica de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, como refrigeradores e aparelhos de ar-condicionado, com a antecipação da produção na Zona Franca de Manaus. Esses produtores provavelmente adiantaram suas atividades para se proteger dos riscos de secas em rotas de navegação de cabotagem, que seriam utilizadas para a compra de insumos e a distribuição de produtos durante o segundo semestre de 2024, enquanto o consumo no segmento de Embalagens contou com o aquecimento da economia doméstica no primeiro semestre. O mercado de trabalho e o alívio inflacionário – principalmente em alimentos e bebidas – ajudaram na recuperação de indicadores do setor. Outro que apresentou alta de 8% foi o de Transportes, devido à forte produção de caminhões, carrocerias de ônibus, e implementos rodoviários.
Por outro lado, o segmento de Máquinas e Equipamentos registrou queda de 11%, resultado possivelmente relacionado à retração na produção de máquinas para a indústria e bens de capital agrícolas. No setor agrícola, a redução dos preços das commodities sugere uma diminuição da rentabilidade no campo, limitando o espaço para investimentos na renovação do maquinário no curto prazo. “Este é o terceiro trimestre seguido de crescimento no consumo de alumínio no país, o que confirma uma retomada e sinaliza para um fechamento de 2024 positivo, depois de dois anos marcados por acomodações na conjuntura nacional e internacional e pelo encerramento de um ciclo de desempenho moderadamente ruim para a nossa indústria”, avalia Janaina Donas, presidente-executiva da ABAL. “Nossas expectativas positivas baseiam-se na evolução da taxa de investimentos no mercado doméstico, no impulso para a recuperação do mercado de trabalho e dos níveis de geração de renda, na melhoria do ambiente de crédito, além do aumento dos indicadores de confiança dos agentes da indústria em geral”, finaliza a executiva.