Paralisação de planta em MG afetará produção da AngloGold

22/02/2023
A paralisação acontece até que tenha sido completado um programa de reforço da barragem que recebe rejeitos da planta.

 

A AngloGold Ashanti decidiu suspender o processamento de ouro na planta do Queiroz, localizada em Nova Lima, Minas Gerais, que serve o complexo de mineração Cuiabá. A paralisação acontece até que tenha sido completado um programa de reforço da barragem que recebe rejeitos da planta. Enquanto isso, a extração de minério de ouro em Cuiabá vai continuar, com o minério sendo processado no circuito por gravidade, a uma média de 5 mil onças por mês. Cuiabá também produzirá concentrado de ouro a uma taxa de aproximadamente 10 mil onças por mês. A empresa estuda a opção de vender o concentrado até que a operação da planta do Queiroz seja retomada.

A decisão vai impactar a produção prevista para 2023. Assim, ao invés das 241 mil onças produzidas em 2022, Cuiabá deverá produzir 180 mil onças. De acordo com a AngloGold Ashanti, a medida visa atender a exigências introduzidas em 2022 na legislação relacionada com barragens de rejeito, que determinaram a necessidade da empresa conduzir uma nova avaliação de risco, feita por especialista independente, do seu portfólio de instalações de contenção de rejeitos. Uma das recomendações da revisão foi que haveria necessidade de reforço da barragem Calcinados, para alinhar os fatores de segurança com os padrões adotados no Canadá, que são hoje a melhor referência.

A AngloGold decidiu, então, realizar o programa de reforço da barragem que serve o complexo de mineração de Cuiabá, o que deverá custar cerca de US$ 1,4 bilhão, conforme anunciou o CEO da empresa, Alberto Calderón, para a imprensa. “É importante assinalar que a integridade operacional e estrutural da barragem Calcinados está mantida, segundo as próprias conclusões das avaliações de especialistas independentes e do nosso próprio time. Os fatores de segurança da barragem – tanto na parte drenada como não drenada – estão totalmente de acordo com as regulações brasileiras”, informa a AngloGold Ashanti, esclarecendo que o cronograma para a execução do programa de reforço deve ser divulgado após a conclusão dos trabalhos de engenharia e geotecnia por parte dos especialistas independentes.

Em razão da menor produção em Cuiabá, a empresa anunciou que o guidance de produção para 2023 ficará entre 2,450 e 2,610 milhões de onças, portanto abaixo do que foi produzido em 2022, quando o total alcançou 2,742 milhões de onças de ouro. Já o custo caixa por onça produzida deverá aumentar, ficando entre US$ 1.050 e US$ 1.120, contra um valor de US$ 1.024 em 2022.

No Brasil, a AGA Mineração, que tem suas operações em Minas Gerais, produziu 311 mil onças, a um custo caixa de US$ 1.088/onça, enquanto a Serra Grande, com operações em Goiás, obteve uma produção de 88 mil onças, a um custo caixa de US$ 1.355/onça.

Os investimentos previstos pela empresa em 2023, mundialmente, também se reduzirão, passando de US$ 1,118 bilhão em 2022 para algo em torno de US$ 960 milhões e US$ 1,070 bilhão.