SIDERURGIA

Indústria prevê um semestre melhor

02/08/2019

 

A paralisia que afetou os mercados e a economia trouxe consequências para a indústria brasileira do aço no primeiro semestre. A retomada, que era esperada e não veio, se refletiu também nos números da indústria nos primeiros seis meses. A produção brasileira de aço totalizou 17,2 milhões t, menos 1,4% que no mesmo período de 2018, enquanto as vendas tiveram aumento de 1,3%, chegando a 9,2 milhões t. 

Já o consumo aparente foi de 10,4 milhões t (+0,2%) e as exportações somaram 6,7 milhões t. (-2,4%). As importações praticamente mantiveram o mesmo patamar, com uma leve oscilação de -0,6%, totalizando 1,3 milhão t. 

Diante do fraco desempenho, o Instituto Aço Brasil teve de rever suas expectativas para o ano de 2019.  Segundo o instituto, as vendas internas de aço deverão crescer 2,5%, atingindo o volume de 19,4 milhões t, enquanto a produção deverá manter estabilidade, marcando 35,6 milhões t, um aumento de 0,4% em relação ao ano passado. Na contramão, exportações devem cair 7,3% em razão, principalmente, do ânimo dos mercados internacionais e, segundo o instituto, pela perda de competitividade gerada pela cumulatividade de tributos de exportação no modelo tributário vigente. Já o consumo aparente de aço deve subir 2,1% em 2019, de acordo com a indústria.

O Instituto Aço Brasil espera que, uma vez consolidado o ajuste fiscal e a reforma tributária esteja bem encaminhada, venha uma retomada nos investimentos na construção civil e infraestrutura, consequentemente alavancando o consumo interno de aço. Além disso, diz o instituto, é importante para a indústria que o governo aprove medidas pontuais que melhorem as condições de competitividade na indústria de transformação, assim como correção de assimetrias competitivas e o cerco, por parte do governo, às práticas predatórias de mercado, promovendo eficácia na política de defesa comercial dentro das regras da OMC.

Maior produção mundial

A World Steel Association, associação mundial de indústrias de aço, anunciou um aumento de 4,6%, em comparação com o mesmo período do ano passado, na produção global de aço bruto no mês de junho. Os dados são extraídos dos 64 países que reportam à associação. Os números positivos são puxados pela China, que produziu 87,5 milhões t (+10% em relação à junho de 2018). 

Na contramão da tendência mundial, de acordo com a mesma associação, a produção brasileira de aço bruto em junho deste ano foi de 2,8 milhões t, uma queda de 3,1% em relação ao mesmo período do ano passado. União Europeia, Japão e Coreia também apresentaram quedas.