Preços do metal afetam resultado trimestral da CBA
A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) viu o seu lucro líquido de R$ 511 milhões obtidos no segundo trimestre de 2022 transformar-se em prejuízo de R$ 50 milhões entre abril e junho deste ano. O resultado foi impactado pela redução da receita líquida, que somou R$ 1,7 bilhão no trimestre, uma queda de 29% na comparação com o mesmo trimestre de 2022 e 13% inferior em relação aos primeiros três meses de 2023.
A receita líquida do negócio de alumínio caiu 31%, para R$ 1,6 bilhão no segundo trimestre, afetada, principalmente pela queda no preço médio do alumínio na LME – de U$ 2.258/tonelada, recuo 21% em comparação ao segundo trimestre do ano passado -, além da redução de 6% no volume vendido de alumínio, que atingiu 105 mil toneladas. Deste volume, 53 mil toneladas foram de alumínio primário, que registrou decréscimo de 3% no segundo trimestre sobre o mesmo período de 2022. Já o Ebitda ajustado atingiu R$ 74 milhões, 88% a menos que no segundo trimestre de 2022.
A situação econômica global, apesar de estar dando sinais de melhora, ainda não despertou um sentimento de confiança no mercado. Aliada a isso, existe a expectativa de aumento de oferta na China, o que também trouxe certo pessimismo frente a um cenário de demanda ainda em recuperação. No segundo trimestre de 2022, a LME estava impulsionada principalmente por questões macroeconômicas, como as incertezas sobre a Guerra entre Rússia e Ucrânia. Ainda no segmento de alumínio primário, o crescimento do mercado de cabos de alumínio contribuiu para o aumento das vendas de vergalhões no segundo trimestre. O bom desempenho do setor de transporte tem favorecido as vendas de lingote de alumínio-silício, utilizado nas rodas automotivas.
A CBA mantém o cronograma dos projetos de expansão alongado, com alteração da conclusão prevista de alguns projetos em 2025 para 2027, sendo as principais postergações o restart da Sala Forno 1 e a modernização de tecnologia das Salas Fornos. O total de investimentos de capital (regime caixa) somou R$ 185 milhões no trimestre, redução de 11% em relação ao mesmo período de 2022, dos quais 48% dos investimentos no trimestre referentes aos projetos de modernização e expansão da CBA. O restante do CAPEX está concentrado 33% em reforma de fornos e 19% em manutenção. O ajuste no cronograma é em razão das iniciativas de readequação do cronograma dos projetos, que são plurianuais e possuem flexibilidade para serem revistos de acordo com a geração de caixa operacional e condições de mercado.
Em abril, a CBA concluiu a venda da unidade de níquel (GO) para avançar no plano estratégico de focar no alumínio. A operação já foi aprovada pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Em relação à agenda ESG, a empresa realizou no trimestre a 2ª edição do Diálogos CBA, com o tema descarbonização, quando foi anunciado o CEO da empresa, Luciano Alves, como porta-voz ODS-13, Ação contra Mudança Global do Clima, dentro do Programa Liderança com Impacto da Rede Brasil do Pacto Global da ONU. O objetivo é engajar lideranças empresariais para acelerar a implementação dos ODS até 2030.