Mineração responde por 84% das exportações em 2024
Segundo números do Ministério da Economia, analisados e divulgados pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA CIN), o estado registrou saldo comercial positivo de US$ 20,9 bilhões, com exportações de US$ 22,9 bilhões e importações que somaram US$ US$ 2,05 bilhões, e manteve-se entre os três maiores exportadores do Brasil, com um crescimento percentual de 3,06% em comparação com 2023. O saldo comercial cresceu 7,26% na comparação anual.
O Pará consolidou sua posição de liderança na Região Norte e responde por 77,9% das exportações regionais, que totalizaram US$ 29,6 bilhões. O Estado também se destacou como o segundo maior exportador da Amazônia Legal, ficando atrás apenas do Mato Grosso, e alcançou a sexta posição no ranking nacional de exportações, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná. “Os números demonstram claramente o protagonismo do Pará no cenário econômico, mas precisamos ir além. Nossa economia ainda é fortemente baseada na exportação de commodities, que têm, sim, um papel importante na geração de emprego e renda. No entanto, podemos amplificar essa contribuição através da verticalização da produção industrial. Isso exige um esforço conjunto para melhorar a atratividade do nosso estado, por meio de mecanismos que incentivem a modernização do parque industrial”, disse o presidente da FIEPA, Alex Carvalho.
Para Carvalho, o desempenho da balança comercial paraense reflete a força econômica do Estado e sua contribuição para o desenvolvimento regional e nacional. "Precisamos destravar de uma vez por todas os impasses ambientais que até então têm sido obstáculos à implantação da infraestrutura logística moderna e eficiente, incluindo novos modais de transporte que facilitarão o acesso a insumos e o escoamento da produção, propiciando a chegada de novas indústrias, em especial aquelas do setor de bioeconomia. Esses são pilares fundamentais para alavancarmos o crescimento sustentável em 2025 e garantirmos que o Pará usufrua plenamente dos benefícios de uma economia forte e integrada", destacou Carvalho.
O Pará teve resultado de sua balança comercial impulsionada pela mineração, responsável por 84% do total exportado pelo Estado. Mesmo com uma variação negativa de -1,53%, o minério de ferro liderou o segmento, movimentando US$ 12,7 bilhões, com 168.532.705 toneladas, tendo a China como principal mercado. O cobre apresentou alta de 24,48% e alcançou US$ 3,05 bilhões; a alumina calcinada cresceu 16,33% e somou US$ US$ 1,88 bilhão; e o alumínio não ligado e seus derivados tiveram um crescimento de 48,68%, registrando US$ 234,6 milhões. De acordo com Cassandra Lobato, coordenadora da FIEPA CIN, as expectativas para 2025 são promissoras, com a ampliação das relações comerciais entre o Brasil e países da Europa, a partir do acordo de livre comércio Mercosul-União Europeia, consolidado em dezembro de 2024. “O Pará segue como líder da região Norte e as expectativas para a balança comercial do Estado são positivas, considerando fatores como a continuidade do crescimento das exportações, especialmente em setores estratégicos como mineração e produtos agropecuários. A diversificação das exportações, com foco em produtos não tradicionais, como soja e carnes, também pode contribuir para impulsionar o saldo comercial. O mercado asiático, liderado pela China, deve continuar como principal destino das exportações do Estado, enquanto a União Europeia pode ganhar ainda mais relevância com a implementação do acordo de livre comércio com o Mercosul, o que pode contribuir para ampliar nossa presença no mercado europeu”, explicou a coordenadora executiva do Centro Internacional de Negócios da FIEPA.
Dentre as cidades do Pará, Canaã dos Carajás é a terceira que mais exportou em âmbito nacional em 2024, com US$ 6,7 bilhões e destaque para o minério de ferro, ficando atrás das cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Duque de Caxias (RJ). Parauapebas (PA) também aparece entre as seis cidades brasileiras que mais exportaram, com US$ 6,2 bilhões, também com o minério de ferro. No contexto do Pará, o interior foi responsável por 83% do total de exportações, enquanto a região metropolitana de Belém contribuiu com 17%. Além de Canaã dos Carajás e Parauapebas, outras cidades também contribuíram para os resultados da balança comercial. Barcarena exportou US$ 3,19 bilhões, tendo o corindo artificial, o alumínio e a soja como principais produtos. Marabá exportou US$ 2,58 bilhões, impulsionados pelo minério de cobre; e Paragominas, US$ 799,13 milhões, tendo a soja como principal produto.
Entre os blocos econômicos, a Ásia continuou liderando e absorveu 63,58% das exportações paraenses, com um total de US$ 14,6 bilhões. Desses, a China responde por US$ 11,3 bilhões, impulsionada pela compra de minério de ferro e soja. A União Europeia ocupou o segundo lugar na importação de produtos paraenses, entre os quais minérios de ferro e cobre, com uma participação de 15,72% referentes a US$ 3,3 bilhões em negócios, liderados pelos Países Baixos (Holanda) e Alemanha.
As importações do Estado do Pará totalizaram US$ 2,05 bilhões, com alta de 7,26% em relação ao ano anterior, tendo como principais origens a América do Norte (32,95%) e a Ásia (16%).
Os principais modais usados no escoamento das exportações paraenses foram por via marítima, com destaque para o Porto de São Luís (MA) que movimentou US$ 16.2 bilhões, principalmente com minérios de ferro. O Porto de Belém (PA) registrou US$ 5,38 bilhões, tendo como principais produtos a soja e a alumina calcinada. Pelo porto de Santos (SP), foram US$ 563,5 milhões, sendo a maior parte referente ao escoamento de carnes desossadas e congeladas de bovinos. Já o porto de Santarém (PA) movimentou US$ 338,6 milhões, com destaque para a bauxita não calcinada (minério de alumínio). No modal aéreo, o aeroporto internacional de Guarulhos (SP) escoou US$ 181.6 milhões em produtos paraenses, entre os quais bullion de ouro (metal bruto).