CNPEM faz acordo com a CBMM visando supercondutores

09/10/2021
Acordo visa o desenvolvimento tecnológico e científico na área de materiais supercondutores com aplicação de nióbio.

 

O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) firmou um acordo de cooperação com a CBMM, empresa que exerce a liderança no mercado mundial de nióbio, para pesquisa e desenvolvimento tecnológico e científico na área de materiais supercondutores com aplicação de nióbio.

De acordo com James Citadini, gerente de Engenharia e Tecnologia do CNPEM, o objetivo do acordo de cooperação é “fazer ciência, desenvolver tecnologias e aplicá-las em todas as escalas, agregando valor a novos produtos de interesse da sociedade. O CNPEM tem a sua disposição a infraestrutura do Sirius, que conta com diversas estações de pesquisa que propiciam o estudo do comportamento magnético dos materiais.

Para Rodolfo Morgado, gerente de Produtos Especiais da CBMM, a empresa atua “para diversificar o mercado global de Nióbio, e para isso investe cerca de R$200 milhões por ano em seu Programa de Tecnologia, sendo o segmento de supercondutores um dos mais inovadores. Entendemos que não há alternativa para a produção desses materiais em grande escala que não passe pela utilização do Nióbio”. 

O acordo também visa propiciar o projeto, desenvolvimento e aplicações da supercondutividade como elemento chave do desempenho de equipamentos nas mais diversas áreas, incluindo médica, energia, física de partículas, elétrica e eletrônica, defesa, gerando componentes de alto valor agregado.

“Este acordo tem o potencial de colocar o Brasil como um produtor de materiais e equipamentos supercondutores, de classe mundial quanto à qualidade e desempenho, a partir de produtos desenvolvidos no país.”, disse Antonio José Roque da Silva, Diretor-Geral do CNPEM.

“Com essa parceria vamos acelerar o desenvolvimento de tecnologias disruptivas em território nacional, proporcionando um ambiente de inovação em toda a cadeia produtiva. Acreditamos que se trata de uma oportunidade relevante para tornar o Brasil protagonista em todo o mundo e detentor de conhecimentos avançados neste segmento”, comenta Ricardo Lima, vice-presidente da CBMM.

As propriedades do nióbio 

Como informa o CNPM, o Nióbio é um metal que possui alta condutividade térmica e elétrica, maleabilidade, ductilidade e alta resistência à corrosão, ao calor e ao desgaste. Por essas características é utilizado em diversas ligas metálicas para aprimorar as propriedades de diferentes materiais. Por suas propriedades, o nióbio pode ser aplicado na estrutura de edifícios e pontes, em veículos, turbinas de avião, foguetes e sondas espaciais, além de tubulações de gás e baterias elétricas. Além disso, é essencial para o desenvolvimento de materiais supercondutores. A supercondutividade é a propriedade que permite a certos materiais conduzirem corrente elétrica sem resistência e, portanto, sem perda de energia.

Os supercondutores já são utilizados em aplicações que visam transmissão de energia e motores elétricos muito mais eficientes, máquinas de ressonância magnética e outros equipamentos de diagnóstico médico de alto desempenho, além da confecção de equipamentos para pesquisas científicas, como em magnetos para aceleradores de partículas.

“No entanto, uma grande limitação para o uso de materiais supercondutores em larga escala é a necessidade de serem mantidos a temperaturas baixíssimas, próximas do zero absoluto (-273.15°C), exigindo sua associação a grandes infraestruturas de resfriamento. Sendo assim, há uma constante busca por materiais supercondutores que operem a temperaturas cada vez mais próximas da temperatura ambiente, o que viabilizaria uma verdadeira revolução tecnológica.  E é aqui que ligas de nióbio-titânio fazem a diferença, desempenhando papel vital para a operação desses equipamentos”, informa o CNPEM.