Cedro arremata área de Itaguaí e investirá R$ 3 bilhões em novo porto
A mineradora Cedro venceu leilão realizado na sede da B3, em São Paulo, e assumiu a concessão de um dos terminais portuários de Itaguaí por um período de 35 anos. A Cedro fez a única oferta- simbólica – de R$ 1 milhão e irá investir entre R$ 2,8 bilhões e R$ 3 bilhões na construção de um porto com capacidade de movimentação de 25 milhões de toneladas anuais. A expectativa é que o projeto seja concluído dentro de três anos.
O investimento vem no momento em que a Cedro investe para aumentar sua produção de 7 para 22 milhões de toneladas/ano até 2028 — um CAPEX de outros R$ 4 bilhões — e também dar saída ao minério de terceiros. Com o porto, a Cedro passará a dar escoamento ao seu minério num momento em que todas as grandes mineradoras investem em aumento da produção, aumentando o risco de um gargalo logístico no futuro. Atualmente, a Cedro comercializa 70% e sua produção para a Vale, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Trafigura, que revendem para o mercado internacional através de portos próprios.
A Cedro arrematou a chamada “área do meio”, do Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, com área de aproximadamente 250 mil m². A Cedro opera duas minas na região de Nova Lima e é o principal ativo da Cedro Participações, holding fundada em 2016 e que também tem investimentos no agronegócio e no setor imobiliário. A família Kallas controla a holding com 92% de participação, enquanto o restante está na mão de executivos que estão no negócio desde o início.
O terminal será ligado ao Quadrilátero Ferrífero de Minas por uma ferrovia já existente da MRS Logística. Com o terminal, a Cedro passará também a exportar, e estima que cerca de dois terços da movimentação do porto será de produção própria e um terço de terceiros. Dos 22 milhões de toneladas que espera produzir por ano a partir de 2028, só cerca de 20% devem ficar no mercado interno, estima Lucas Kallas, CEO da Cedro. A Cedro disse que financiará seu CAPEX de R$ 7 bilhões nos próximos anos com 40% de capital próprio, e o restante com bancos. “Tendo a concessão do terminal, já fica mais fácil”, disse Kallas.