Mantendo o protagonismo no cenário da mineração brasileira

11/09/2022
Das 10 maiores mineradoras do Brasil, de acordo com a participação no valor da PMB (Produção Mineral Brasileira), apenas uma não está em Minas Gerais.

Francisco Alves

Apesar de alternar a posição de maior produtor mineral do País com o estado do Pará, Minas Gerais ainda mantém sua hegemonia no cenário da mineração brasileira, destacando-se na produção de minério de ferro, ouro, nióbio, fertilizantes, grafite, lítio, tântalo e outros bens minerais. Em minério de ferro, dos 45 maiores produtores brasileiros, incluindo a gigante Vale, 38 possuem operações em Minas Gerais e, dos 20 maiores, todos atuam no território mineiro. O estado também abriga as duas maiores produtoras de ouro no País, a maior produtora mundial de nióbio, o único produtor de grafite e os dois (por enquanto, já que há novos projetos sendo implantados e outros em gestação) produtores de lítio. Das 10 maiores mineradoras do Brasil, de acordo com a participação no valor da PMB (Produção Mineral Brasileira), apenas uma não está em Minas Gerais. E, das 100 Maiores, 45 têm unidades de produção no território mineiro. Ou seja, Minas Gerais continua fazendo jus ao nome.

De acordo com números divulgados pelo Ibram, com base em dados da ANM (Agência Nacional de Mineração), em 2021 Minas Gerais respondeu por 42% do valor da produção mineral, apenas 1% a menos do que o Pará, que participou com 43%. As mineradoras atuantes em Minas Gerais obtiveram uma produção mineral no valor de R$ 146,6 bilhões, de um total de R$ 339 bilhões produzidos no País. No entanto, o estado foi o que registrou a maior taxa de crescimento, com 87% a mais, em valor, do que havia produzido em 2020, quando a produção mineral no estado ainda sofria bastante as consequências do acidente de Brumadinho. Naquele ano, os bens minerais que tiveram maior participação na PMB foram o minério de ferro (74%) e o ouro (8%), justamente as duas principais substâncias minerais em que Minas Gerais se destaca, disputando com o Pará, que tem ainda a seu favor o fato de ser o principal produtor de bauxita no País.

O estado de Minas Gerais também foi o segundo maior recolhedor de CFEM (Contribuição Financeira pela Exploração Mineral) em 2021, com 45% dos R$ 10,3 bilhões que foram arrecadados em todo o Brasil. No total, o estado teve 511 municípios beneficiados com a CFEM, o que mostra como a atividade de mineração é disseminada nas diversas localidades mineiras. O segundo estado com mais municípios mineradores é São Paulo, com 348. O Pará, que ocupa o primeiro lugar no valor da produção, tem apenas 69 municípios beneficiados com a CFEM. Dos dez municípios que mais recebem CFEM, oito são mineiros: Conceição do Mato Dentro, Congonhas, Itabirito, Mariana, Itabira, São Gonçalo do Rio Abaixo, Nova Lima e Belo Vale. Essa maioria numérica, no entanto, não se traduz nos valores de CFEM, já que os oitos municípios mineiros fizeram jus a CFEM no valor total de R$ 3,476 bilhões, enquanto apenas dois municípios paraenses (Parauapebas e Canaã dos Carajás) tiveram uma receita de R$ 4,405 bilhões em 2021.

Leia a matéria completa na edição 423 de Brasil Mineral