J&F e MPP investem em aumento de produção no Mato Grosso do Sul

11/10/2023
A produção de minério de ferro no Mato Grosso do Sul deve aumentar substancialmente nos próximos anos

 

A produção de minério de ferro no Mato Grosso do Sul deve aumentar substancialmente nos próximos anos. A mineradora MCR, do grupo J&F, vai aumentar seu volume de produção de minério de ferro, devendo passar das atuais 4,5 milhões t, para até 8 milhões de toneladas, até o final de 2023, e para 12 milhões de toneladas no próximo ano. Outra empresa, a MPP Mineração, está investindo R$ 50 milhões em 2023, na introdução de novas tecnologias e aumento da produção.

Com isso, a oferta de trabalho na mineração no estado, sobretudo no município de Corumbá, tem aumentado. A MCR Mineração tinha 600 funcionários e já contratou mais 1.000 trabalhadores este ano, enquanto a MPP Mineração contratou mais 250 trabalhadores nas mais diversas áreas. Até o final de 2024, deverão ser mais 1.200 vagas diretas abertas, informou o Coordenador da Mineração da Semadesc e Presidente do CETER-MS (Conselho Estadual do Trabalho do MS), Eduardo Pereira.

As duas empresas desenvolvem, nos municípios de Corumbá e Ladário, no Mato Grosso do Sul, projetos de modernização das plantas de filtragens. Segundo o engenheiro ambiental Rodrigo Dutra, da J&F Mineração e sua controlada, MCR (Mineração Corumbaense Reunida), as empresas seguem todas as diretrizes e metas do grupo J&F Investimento, ao adotar as melhores práticas operacionais e desenvolver projetos de sustentabilidade que ajudem no desenvolvimento socioeconômico das regiões onde a empresa atua.

A chamada mineração verde tem como meta reduzir os impactos ambientais e sociais associados à extração de recursos naturais. A atividade é concentrada em medidas mais sustentáveis, com a preservação de recursos naturais e o bem-estar das comunidades impactadas. Entre alguns aspectos relacionados à mineração verde e sustentável estão tecnologias mais limpas, eficiência energética, reabilitação de áreas mineradas e envolvimento com a comunidade.

Para o Consultor Geólogo Alexandre Scheid, que presta serviço a diversas mineradoras no estado, elas estão investindo cada vez mais em tecnologia de filtragem e empilhamento a seco como uma resposta eficaz para a eliminação das barragens de rejeitos. A tecnologia de filtragem extrai o excesso de água dos rejeitos e, desta forma, permite a criação de um material seco passível de ser empilhado ou disposto com segurança.

A J&F Mineração atualmente trabalha com 80% da produção das minas de Santa Cruz e Urucum através de processamento a seco, minimizando o uso de água e de barragens. Em julho de 2023, a mineradora instalou um novo sistema de filtragem para eliminar o uso de barragens em longo prazo. A médio prazo, o objetivo é que 100% da produção passe a ser a seco. A J&F produz o granulado (lump) de minério de ferro. O produto por ter alto teor de concentração de ferro é uma alternativa ecologicamente eficiente para a redução de emissão de gases de efeito estufa na produção de aço.

A J&F também está desenvolvendo um novo produto, o ‘natural pellet’, para aplicação na rota de produção de aço, utilizando tecnologias de Redução Direta e forno elétrico entre 6% e 15% em relação à produção de aço utilizando 100% de pelota.

Para as próximas décadas, novos projetos tecnológicos têm como meta substituir o gás natural pelo H2 verde, o que permitirá a produção do aço verde, isto é, neutro na emissão de CO2. “O ‘natural pellet’ da J&F será um dos insumos para a produção do aço verde”, destacou o engenheiro ambiental Rodrigo Dutra.

O secretário da SEMADESC (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, afirma que estas tecnologias aplicadas na extração favorecem a competitividade, ao reduzir os custos de produção, com a tendência a aumentar a produção em 2024.

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