Governo libera R$ 18,5 milhões para batimetria do Guaíba

24/09/2024
As tecnologias disponíveis permitem, inclusive, uma varredura completa do relevo de forma remota, facilitando posteriormente o trabalho de dragagem

 

O Governo Federal liberou R$ 18,5 milhões para que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) contrate uma responsável pelo processo de batimetria do Rio Guaíba, no Rio Grande do Sul. Isso ocorre após o início das conversas sobre a necessidade de se realizar a dragagem do rio, uma medida de segurança por conta das enchentes recentes no estado. Segundo a Portos RS, estatal que atua como a Autoridade Portuária responsável pela gestão dos principais portos do estado, além da verba liberada serão necessários mais R$ 500 milhões para a execução de todo o trabalho. “O desastre que assolou o estado não pode se repetir. Trata-se de uma região que aguarda por obras nesse sentido há décadas, então não podemos esperar mais”. Segundo ele, “o Brasil tem profissionais qualificados e tecnologia para esse tipo de trabalho e é necessário, com urgência, criar-se uma política pública que assegure medidas de prevenção e não apenas de socorro após catástrofes como essa”, disse Rogério Neves, CEO da CPE Tecnologia, empresa que atua no mercado de soluções para geotecnologia. 

O serviço de batimetria consiste na análise do revelo submerso. “As tecnologias disponíveis permitem, inclusive, uma varredura completa do relevo de forma remota, facilitando posteriormente o trabalho de dragagem (processo de limpeza, desassoreamento, escavação e remoção de sedimentos do fundo do rio), que de fato é mais caro e precisará de um investimento maior”, explica Neves. O executivo da CPE diz ainda que é necessário assegurar o montante suficiente para todas as etapas do processo e que sejam implementados todos os recursos tecnológicos e profissionais capacitados para isso. “O desafio é grande e precisamos unir forças para resolver a situação e, claro, evitar que se repita não apenas no Rio Grande do Sul, mas em outras regiões do país que podem passar por situações semelhantes”, reforça.

A CPE Tecnologia participou recentemente da 20ª edição do Congresso Latino-americano de Ciências do Mar (Colacmar) e apresentou novas alternativas que atendem ao mercado de batimetria. Neves conta que “no Brasil, um País com uma infinidade de recursos hídricos, centenas de barragens e longos trechos costeiros, conhecer o relevo submerso é essencial não só para a navegação marítima, mas também para conhecer a volumetria e o comportamento de correntes, além de se prevenir desastres”. “Algumas das tecnologias que apresentamos foram os barcos autônomos que carregam sensores multifeixe para escanear o relevo submerso e o laser scanner aéreo, que pode ser utilizado para o trabalho de batimetria na costa litorânea do país. Recursos como esses já estão no mercado brasileiro e devem ser utilizados em momentos como esse no sul”.  

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