Em 2024 começa a produção da EuroChem, em Salitre

04/04/2023
O projeto tem como objetivo a produção de 1 milhão de toneladas por ano de fertilizantes fosfatados, volume que suprirá 15% do consumo interno deste insumo.

Há pouco mais de um ano, desde que assumiu as obras da fase 2 do Complexo Mineroindustrial de Serra do Salitre, a EuroChem vem se esforçando para antecipar o cronograma de conclusão previsto inicialmente para o primeiro trimestre de 2024. O projeto tem como objetivo a produção de 1 milhão de toneladas por ano de fertilizantes fosfatados, volume que suprirá 15% do consumo interno deste insumo, ajudando assim a reduzir parte da dependência externa do Brasil. Atualmente, a mina e a planta de beneficiamento em Salitre, que já estão em operação, produzem cerca de 400 mil toneladas anuais de concentrado fosfático.

Em entrevista concedida à revista Brasil Mineral, Gustavo Horbach, Vice-presidente de Produção Upstream e Projetos/ CapEx na América do Sul da EuroChem, diz que prefere continuar trabalhando com o horizonte de 2024 para o startup do projeto, apesar de ter completado 50% das obras três meses antes do previsto. A etapa dois consiste na implantação de plantas químicas de ácido sulfúrico e de ácido fosfórico, considerando a respectiva montagem eletromecânica, o alteamento de uma das estruturas geotécnicas e o comissionamento da instalação.

Salitre é a primeira unidade de mineração do Grupo EuroChem fora da Europa, que vem se valendo da experiência adquirida em suas outras quatro minas, além de nove plantas químicas com capacidade de produção de 20 milhões de toneladas/ano de fertilizantes para acelerar o projeto com mudanças simples de gestão. Uma das novidades introduzidas foi o “bônus de antecipação”, uma espécie de “prêmio” concedido para as empresas contratadas e que vem tornando as decisões mais ágeis.

Nesta conversa, Gustavo falou ainda sobre os planos do Grupo EuroChem para o Brasil, detalhou os próximos passos previstos para Salitre e informou que já estão sendo estudadas novas rotas tecnológicas para o reaproveitamento dos resíduos oriundos da produção do ácido fosfórico, especialmente do gesso considerado um coproduto pela empresa. Outra novidade em curso é o uso de energia sustentável para o CMISS. E nos conta ainda que, por conta de Salitre, a EuroChem construiu um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para fosfatos, em Israel, com o objetivo de desenvolver tecnologias disruptivas para o mercado mundial de fertilizantes fosfatados e reduzir um importante passivo ambiental.

BRASIL MINERAL – A aquisição do Complexo Mineroindustrial de Serra do Salitre, pela EuroChem, completou um ano em fevereiro passado. Qual foi a evolução do projeto nesse período?

GUSTAVO HORBACH – Olhando para o cenário de fertilizantes no Brasil, o Complexo Mineroindustrial de Salitre é grandioso e interessante, pois vai reduzir a nossa dependência por fertilizantes fosfatados importados. O projeto nasceu com a família Galvani, nos anos 2000, que posteriormente fez uma joint-venture com a Yara Fertilizantes. Uma vez alinhado com a estratégia global do Grupo EuroChem de participação no mercado brasileiro, adquirimos o CMISS em agosto de 2021 e após o efetivo close do negócio, em fevereiro de 2022, tivemos a oportunidade de retomar sua construção. Além de permitir a produção de 1 milhão de toneladas de fertilizante fosfatado e diminuir a dependência externa por este insumo, o projeto tem uma característica muito interessante de nos manter conectados da ‘mina à mesa’, sendo um vetor importante para a competitividade do produtor rural e auxiliando na redução da fome e da insegurança alimentar, sobretudo no Brasil. A nossa produção em Salitre irá atender o corredor de Minas Gerais e Mato Grosso de maneira competitiva. Colocamos aqui as melhores opções em termos de pessoas e recursos para concluir o projeto dentro do menor tempo possível, fazendo com que venha a plena carga em 2024. Hoje já percebemos na região da Serra do Salitre uma transformação mais pujante e estruturada. Existe uma conjunção de fatores que vai fazer com que o projeto seja concluído com a grandiosidade que merece, levando o CMISS a ocupar a terceira ou quarta posição na produção de fertilizantes no país. O agronegócio é ainda o motor da economia brasileira e isso nos torna ainda mais comprometidos com o sucesso do empreendimento, fincando a bandeira em Serra do Salitre, Minas Gerais e no Brasil definitivamente.

Leia a matéria completa na edição 427 de Brasil Mineral