Caminhões autônomos começam a operar em Carajás

03/09/2021
A operação autônoma começou a ser implantada pela Vale na mina de Brucutu (MG), em 2016.

 

A Vale iniciou a operação de seis caminhões fora de estrada autônomos no Complexo de Carajás (PA) e pretende que até o final do ano sejam dez veículos operando no local. A adoção de caminhões autônomos faz parte de um conjunto de medidas da mineradora em ampliar a segurança de seus funcionários, além de tornar a operação mais ambientalmente sustentável e obter ganhos de competitividade. A implantação está sendo acompanhada de um plano de recursos humanos para capacitar os empregados a trabalhar com as novas tecnologias digitais. 

Os veículos têm capacidade para transportar 320 toneladas  e estavam em fase de testes em Carajás desde 2019. A partir de setembro, os caminhões iniciaram a fase final de testes na mina N4E e entraram oficialmente em produção. Além dos caminhões, já estão em operação no Complexo de Carajás quatro perfuratrizes autônomas. Mais três perfuratrizes começarão a operar até o final do ano.

A operação autônoma começou a ser implantada pela Vale na mina de Brucutu (MG), em 2016, que conta atualmente com 13 caminhões fora de estrada dessa unidade. Desde a implantação em Brucutu, não foi registrado nenhum acidente causado pelos caminhões. “A introdução dos caminhões autônomos em Carajás é mais um passo da Vale rumo à ambição de se tornar referência em segurança na mineração e em direção à meta de reduzir as emissões de carbono em 33% até 2030”, afirma Antônio Padovezi, diretor do Corredor Norte da Vale. “A tecnologia reduz a exposição dos empregados aos riscos inerentes à atividade e traz também benefícios ambientais, reforçando nosso novo pacto com a sociedade”.

Os caminhões autônomos são controlados por sistemas de computador, GPS, radares e inteligência artificial, percorrendo a rota entre a frente de lavra e a área de descarga. Ao detectar riscos, os equipamentos paralisam suas operações até que o caminho volte a ser liberado. Os sensores do sistema de segurança são capazes de detectar tanto objetos de maior porte, como grandes rochas e outros caminhões, até seres humanos que estejam nas imediações da via. Com isso, situações de risco, como tombamento e colisão, foram eliminadas.

Outros equipamentos que circulam pela mina, como motoniveladoras e tratores, continuarão sendo tripulados. A Vale capacitou 32 operadores e até o final do ano este número chegará a 120 para trabalharem exclusivamente com os caminhões autônomos. Nos próximos 12 meses, a operação será assistida pelo fornecedor dos caminhões e, após esse período, é previsto que a Vale assuma totalmente a operação. 

A operação autônoma também traz relevantes benefícios ambientais, como a redução de cerca de 5% no consumo de combustível, o que resulta em volume mais baixo de emissões de CO2 e particulados. Com base em dados do mercado, espera-se um aumento da vida útil dos equipamentos na ordem de 7%, o que reduz a geração de resíduos como peças e lubrificantes, e um desgaste 25% menor dos pneus, o que também levará a uma menor geração de resíduos desse item. O projeto prevê ainda um aumento da competitividade da operação da Vale. Haverá maior eficácia, que resultará em maior produtividade horária. Os custos de manutenção devem cair 3%.

O programa de autônomos da Vale continua a crescer e tem investimentos de aproximadamente US$ 34 milhões em 2021. Até o final do ano estarão em operação em toda a empresa 23 caminhões, 21 perfuratrizes e quatro pátios (empilhadeiras e recuperadoras) no Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Maranhão. No exterior, a operação autônoma é realidade no Canadá, com perfuratrizes e carregadeiras para minas subterrâneas, e na Malásia, com máquinas de pátio.

As iniciativas de inovação para a segurança estão agrupadas desde 2021 no Programa de Transformação de Segurança da Vale, que tem três objetivos principais: criar iniciativas para garantir processos seguros; acelerar a implantação de controles na operação; e remover pessoas de atividades de risco utilizando técnicas de operação remota, autônomos e robótica. Estão dentro do escopo do programa, por exemplo, os projetos de veículos autônomos, a implantação de sistemas de detecção de fadiga em operadores e o uso de realidade aumentada para inspeções e manutenções.